15 de Novembro pode ter jogadores da dupla Grenal no ano que vem

Campo Bom – Nem mesmo o torcedor mais pessimista do 15 de Novembro poderia imaginar que a volta do Clube ao futebol profissional seria tão humilhante. Depois de 8 jogos pela Copa Metropolitana, o clube acumula 7 derrotas, 21 gols sofridos e apenas um ponto ganho. É a pior campanha entre os 7 clubes que disputam a competição.
Para tentar compreender o que acontece com o Clube, detentor de façanhas que enchem os campo-bonenses de orgulho, entrevistamos o vice-presidente de futebol, Jailton Almeida.
Quem acompanha os jogos do 15, percebe que os jogadores não conseguem acompanhar, em muitas oportunidades, a intensidade dos adversários. “Isso deve ser pelo tipo de treinamento que temos. Nossos adversários, que são de primeira divisão, trabalham em dois turnos. Nós, em apenas meio período”, revela Jailton.
Questionado se a restruturação do Clube não passaria pela venda da área do atual estádio Sady Schmidt, Jailton Almeida foi claro. “Isso não depende do departamento de futebol. Vejo com bons olhos esta opção. O clube precisa se modernizar e uma parceria com alguma construtora, a curto prazo, seria uma boa opção. Porém, não existe nada neste sentido sendo trabalhado”, explica.
Entrevista com Jailton Almeida – Vice-presidente de futebol do 15 de Novembro de Campo Bom
Jornal Repercussão – Os resultados no campo estão longe do esperado pela direção e comissão técnica. Na avaliação de vocês, quais os fatores que estão contribuindo para este desempenho ruim na Copa Metropolitana?
Jailton – O 15 neste segundo semestre se propôs a fazer um laboratório com jogadores que possam atuar na terceira  divisão, que tem idade limite de 23 anos, os resultados eram uma incógnita, pois não sabíamos como seria o embate com times de primeira divisão e com jogadores experientes. Somos hoje um time de terceira divisão, que atua com jovens jogadores, pois o regulamento é feito para isso e competimos contra times de primeira divisão, exceto o Canoas, mas que tem em seu elenco somente jogadores experientes.
Jornal Repercussão – Em recente entrevista, após a derrota por 3 a 1 para o Aimoré, você disse que torcida e patrocinadores se afastaram do clube após o longo período de inatividade do futebol profissional. De que forma vocês pretendem trazer, principalmente, os patrocinadores de volta, para que vocês consigam contratar jogadores mais experientes?
Jailton – O 15 de Novembro hoje é diferente daquele de anos atrás. Para reconstruí-lo vai levar algum tempo. Não vai ser nas mãos de quatro ou cinco abnegados que isso vai acontecer. A direção como um todo tem que abraçar a causa, ex-presidentes, conselho deliberativo. Em outros clubes do interior do Estado, a direção chega a ser formada por 20 pessoas. No 15 somos poucos e ainda tem pessoas ligadas ao clube que trabalham contra, pois não são a favor do futebol profissional no 15. A marca ainda é forte, o momento é esse, a comunidade gosta e precisa de um 15 forte e vencedor. Mas hoje, o 15 precisa mudar seu perfil e ser um time formador, com muitos jovens em seu elenco. O 15 em 2012 foi vice-campeão gaúcho de juvenil, algo inédito nas categorias de base do clube. Temos uma base forte, com jogadores da região, então precisamos aproveitar isso e ir subindo e reorganizando o clube. Este ano, fomos semi-finalistas da terceirona e ficamos a dois jogos de subir, perdemos para o São Gabriel nos pênaltis com um estádio com 4000 pessoas contra. Então, há sim como recuperar o 15 vitorioso, mas isso leva um tempo e muito trabalho de toda a comunidade e de pessoas comprometidas com o projeto.
Jornal Repercussão – Nos últimos jogos, foi possível perceber que o campo do Sady Schmidt, considerado o melhor do interior do Estado por diversas vezes, está repleto de buracos. O que aconteceu? 
Jailton – O problema foi o excesso de jogos e o pior, jogos em dias de chuva. Tivemos quatro jogos em dois finais de semana com chuva. Não há gramado que resista. Agora está sendo feito um trabalho de recuperação no gramado, que vai ficar duas semanas sem jogos e esperamos que seja o tempo suficiente para voltar ao normal, que apesar de não ser aquele velho gramado, ainda é muito bom.
Jornal Repercussão – Observando os jogos é possível perceber que o desempenho físico dos jogadores do 15, na maioria das vezes, é inferior ao dos adversários. Porque isso ocorre? Haverá mudanças para a temporada 2015? Que tipo de mudanças?
Jailton – Se existe algum problema físico, ele pode ser pelo tipo de treinamento que temos. Treinamos em meio período e os times de primeira divisão, que disputam a Metropolitana treinam em dois períodos, o que pode fazer diferença, sim. Para a próxima temporada ainda não sabemos, pois a Federação ainda não divulgou o planejamento para 2015.
Jornal Repercussão – Para o próximo ano, a direção pretende reformular o grupo de jogadores? Quantos jogadores a direção pretende contratar? Ocorrerão dispensas?
Jailton – O 15 deve e precisa manter sua base. Este time que está atuando hoje, quase subiu. Então, precisa sim receber pelo menos 3 jogadores experientes, pois o regulamento permite somente 3 jogadores acima de 23 anos e alguns reforços para o grupo. Existe uma possibilidade de uma parceria com a dupla grenal, que quer emprestar alguns jogadores para o 15. Já fomos consultados sobre isso.