Verba do PAC para projetos deve ser liberada em breve

Repercussão – O convênio com o Hospital de Sapiranga será ampliado?
Arlem Tasso – Todos sabem que o valor repassado pelo Estado e a União são insuficientes para a manutenção de um hospital. Tínhamos um co-financiamento com o Hospital de Sapiranga, que possui toda a infraestrutura necessária 24 horas para atender nossos moradores, e este convênio será ampliado. O atual está vencido desde agosto de 2012 e a nossa intenção é enviar a nova proposta para avaliação dos vereadores nos próximos dias.
Repercussão – Quanto era repassado e qual o futuro valor que a Administração pretende repassar para o Hospital?  
Arlem Tasso – Até 2012 eram repassados R$ 36 mil mensais. A administração do Hospital apresentou uma planilha de custos, e por isso, os jurídicos articularam um reajuste para R$ 50 mil.
Repercussão – A prefeitura pretende implementar mais equipes de Saúde da Família (ESF)?
Arlem Tasso – Até pouco tempo atrás, o município contava com apenas um profissional de odontologia. Atualmente, cada equipe conta com um odontólogo. São três Equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) trabalhando a saúde preventiva, e pretendemos implementar a quarta equipe, em breve, o que possibilitará atender 40% da população. Com a quinta  equipe chegaremos próximo dos 80%.
Repercussão – De que forma são feitos os encaminhamentos para consultas eletivas?
Arlem Tasso – O SUS é uma rede e muitas vezes, o atendimento ocorre em Sapiranga, Canoas e Porto Alegre. O sistema acaba procurando onde há vaga disponível para o atendimento que o paciente procura. Com relação ao transporte, contávamos com um ônibus indo para a Capital pela manhã e voltando no final do dia, e agora, acrescentamos um horário de saída, às 11h30, consolidando dois horários.
Repercussão – Na área da educação, qual a principal ação que o prefeito pretende colocar em prática? E a escola de ensino integral?
Arlem Tasso – Fui secretário da Educação por mais de sete anos. Em 2005, eram atendidas 507 crianças de 0 a 6 anos, e o ensino fundamental iniciava aos 7 anos. Havia uma grande parcela que deixava de ser atendida por não haver vagas para todos. A primeira medida que tomamos foi aumentar o ensino fundamental de 8 para 9 anos, para que todas as crianças entrassem um ano mais cedo. Neste ano, praticamente não temos lista de espera na faixa etária dos 3 anos. Nosso problema ainda é na faixa dos 0 a 2 anos.  Implantamos turno integral na Maria Almerinda Paz de Oliveira e na escola estadual Germano Hessler. A zona rural também foi contemplada. Também cadastramos uma proposta para levar o ensino integral para a segunda escola na zona rural do município. A partir de maio, teremos a treceira escola com turno integral. Além disso, temos projetos que oferecem atividades no contraturno.
Repercussão – Como ocorre a valorização dos professores? Alguma medida programada?
Arlem Tasso – Nosso Plano de Carreira é de 1999. A realidade da nossa questão salarial não chega a ser um problema comparado com o piso nacional. Temos um programa de avanço de nível e tempo de serviço. Em 2005, constatamos que havia atrasos nos pagamentos de vantagens (plano de assiduidade e licença-prêmio). Colocamos tudo isso em dia. Hoje, 12 servidores tiram a licença prêmio de quatro meses remunerada no ano. Em 2006, implantamos o vale-alimentação, que é de R$ 140.
Repercussão – Há obras públicas em andamento no município? Alguma inspira cuidado especial?
Arlem Tasso –  Todas inspiram cuidados. Qualquer problema nelas, o gestor responderá por falhas. Temos 213 casas em construção, projeto tocado pela Secretaria de Habitação e que soma mais de R$ 11 milhões. As famílias contempladas com estas moradias terão dez anos para quitá-las. Outras obras importantes são a construção de dois pavilhões para a triagem dos resíduos na nossa usina, a fase final de conclusão da Unidade Básica de Saúde do bairro Liberdade e o asfalto da Rua Igrejinha.
Repercussão – Mais de 75% das receitas do município são de transferências da União e do Estado. Como aumentar as receitas?
Arlem Tasso – O que o município recebe nada mais é do que as riquezas produzidas aqui. Sabemos que a Cipatex vai investir R$ 10 milhões na sua unidade nova-hartense para ampliar sua produção. Isso fará aumentar o nosso ganho de ICMS.
Repercussão – Hoje, 43% do orçamento é utilizado para pagamento de pessoal. Quais as medidas que põe em prática para manter as contas em dia?
Arlem Tasso – Todas as ações que tomamos são técnicas antes de política. Elas são embasadas sempre com informações da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria Jurídica. Se não planejares bem isso, associada com uma redução do FPM e do ICMS, as coisas podem complicar. Decisões bem pensadas fazem estarmos dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Repercussão – O ex-prefeito Antonio de Souza teve papel importante na articulação dos projetos com a Corsan?
Arlem Tasso – A questão  da água é muito problemática em Nova Hartz. Temos muitos retalhos de couro enterrado. Esta era uma prática antiga que utilizavam para aterrar banhado. O problema é que neste resíduo há metais pesados que infiltram, e atingem o lençol freático. Desde o primeiro ano do governo do ex-prefeito Antônio de Souza iniciamos as tratativas com a Corsan. As coisas não avançaram e foi então que decidimos pela criação da autarquia buscando outras fontes de recursos. Fizemos um projeto amplo de mais de R$ 18 milhões que não conseguimos emplacar junto à União. Por sugestão do governo federal, em parceria com a Corsan após a troca de governo, se buscou outra alternativa. A estatal fez um estudo e existe a possibilidade de Nova Hartz ser atendida com a água do Rio Paranhana, como ocorre com Parobé.
Repercussão – Houve mudanças nesta nova formatação?
Arlem Tasso – O projeto baixou para R$ 9,5 milhões e estamos no aguardo para que o projeto receba recursos através do PAC 2. Era para ter saído, mas por questões políticas, o anúncio atrasou. Para financiamento, penso que seremos contemplados, assim como a Corsan, para fazer a 1ª etapa e o município a 2ª etapa com o armazenamento e a distribuição.
Repercussão – O município vai comprar a água captada no Rio Paranhana da Corsan?
Arlem Tasso – Através da autarquia o município vai pagar esta água para a Corsan.
Repercussão – Pretende ampliar o número de poços?
Arlem Tasso – Falamos em algumas oportunidades que Nova Hartz é um queijo suíço. Cada família resolve o seu problema da água fazendo o seu poço artesiano. Diferente disso só  alguns bairros que são atendidos com poços industriais com rede e reservatório. O município conta com uma empresa terceirizada que faz o tratamento desta água, por exemplo, nas escolas e postos de saúde. A autarquia começará a pensar em uma taxa mínima que será instituída.
Repercussão – Como explicar a supremacia do PT no município?
Arlem Tasso – Cada coligação apresenta suas propostas e os eleitores, não sei se eles olham para as pessoas ou propostas, fazem sua escolha. Nosso trabalho é sério e conseguimos reeleger um projeto pela primeira vez.
Repercussão – O povo concedeu a maioria na Câmara à coligação do PT. Como é o diálogo com o Legislativo?
Arlem Tasso – É a primeira vez que temos a maioria na Câmara. Há projetos que são polêmicos que geram certo debate e votos contrários. Às vezes, nem mesmo vereadores do mesmo partido votam da mesma forma. Sempre que possível, participarei das sessões.