“Entregaremos o Município melhor do que quando o PT assumiu”

Reta final | Prefeito de Nova Hartz, Arlem Tasso, avalia ações do período em que administrou o Município

O professor Arlem Tasso (PT) será sucedido na Prefeitura de Nova Hartz a partir de 1º de janeiro de 2017 pelo empresário Flavio Jost (PP). Durante a sua administração, por exemplo, foi dado início para a obra da água tratada em Nova Hartz, entre outras medidas.

Jornal Repercussão – Não há como falar do governo Arlem sem mencionar o período em que o PT administrou o Município. Vocês assumiram com postos de saúde fechados. Como o Flavio Jost vai encontrar a área da saúde no dia 1º de janeiro?
Arlem – Somos responsáveis pela atenção básica em saúde. O PT implantou a primeira equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) em Campo Vicente, depois outra equipe no bairro Imigrante, após veio a equipe do bairro Vila Nova, e recentemente, a equipe do bairro Liberdade. Estamos ampliando o Posto de Saúde no bairro Imigrante, mas a obra está parada por falta de repasses do governo federal. No aspecto médicos, tivemos um problema com uma médica cubana. Ela foi para os Estados Unidos sem nos comunicar e tivemos que reestruturar o atendimento no bairro Vila Nova. Implantamos ainda o agendamento de consultas por telefone. Isso retirou dezenas de pessoas que aguardavam nas filas para retirar uma ficha para serem atendidos. Outra conquista foi o novo serviço de ecografias. Queríamos manter os dois horários dos ônibus para Porto Alegre, mas não há recursos para tudo.

Jornal Repercussão – Na área da educação, o prefeito conseguiu iniciar obras de três escolas, mas não conseguirá inaugurá-las. O que precisará ser feito?
Arlem – Atualmente, o prefeito não coloca o projeto de construção de uma escola embaixo do braço e vai solicitar recursos em Brasília. No nosso período, construímos a escola do bairro Primavera e oito salas de aula na Maria Almerinda e a nova Escola Pastor Wartenberg, em construção no bairro Liberdade, na Rua Osmar Jost. No Residencial da Bica temos duas escolas em construção A Euclides Camara Bueno – creche – possui tecnologia diferenciada. A empresa MVC abandonou a obra. Eles queriam que a Prefeitura pagasse um aditivo contratual para que a obra fosse retomada. A empresa abandonou a obra por motivos deles com o Governo Federal, não em razão do Município. Não entregar essa escola no maior bairro do Município é uma das nossas lamentações.

Jornal Repercussão – Quais as realizações que o prefeito destacaria na área da infraestrutura, por exemplo, ruas que foram pavimentadas ou asfaltadas?
Arlem – Logo no início do meu mandato, em 2013, fizemos o asfaltamento de 430 metros da Rua Igrejinha, no bairro Imigrante. Essa ação foi definida pela comunidade como uma prioridade e houve um compromisso na transição de governo do ex-prefeito Antonio comigo. Essa intervenção foi toda promovida com recursos próprios. Honrando um compromisso com os moradores das ruas Olaria e da Rua do Engenho, ambas no bairro Liberdade, os locais também receberam asfaltamento. No total, foram investidos R$1.136.143,49, através de um financiamento da Prefeitura junto ao Badesul. Ainda levamos pavimentação para as ruas Colina, Valdemar Otto Bergmann e trecho da rua da República, todas no bairro Progresso. Fizemos a repavimentação de seis quilômetros da Rua da Bica, no bairro Vila Nova, além da Pavimentação Comunitária nas ruas Paganini, Pedro Alvares Cabral e a Rua da Escola e a Rua Jasmim.

Jornal Repercussão – Praticamente todos os prefeitos encontram dificuldades para manter as contas em dia e os serviços funcionando normalmente. De que forma o próximo prefeito encontrará as finanças do Município?
Arlem – Quando o PT assumiu o governo em 2005, haviam mais de R$ 6 milhões em dívidas, sem contar o sucateamento do parque de máquinas da Secretaria de Obras e da frota de veículos da Administração. Nas obras, não havia uma máquina que prestasse. Na época, o orçamento era pequeno e o sucateamento, grande. Temos financiamento das máquinas atuais, sim. É verdade que a Rua Olaria foi financiamento também. Porém, mesmo com essas medidas, antecipamos o pagamento da primeira parcela do 13º salário do funcionalismo no mês de julho. Os servidores sempre receberam reajustes salariais iguais ao da inflação dos períodos e criamos o vale-alimentação no mês de janeiro. Por outro lado, devido à queda na arrecadação das principais receitas (Fundo de Participação dos Municípios, FPM, e do ICMS) somente em 2016, o Município arreacadará R$ 2.500.000,00 – Dois Milhões e Quinhentos Mil reais a menos – em 2016. O que ficará para ser pago é o parcelamento da parte patronal (R$ 500 mil) relativo do Fundo Próprio de Previdência dos Servidores Públicos Municipais. Mas, existe a previsão de entrar para os cofres municipais, a curto prazo, R$ 3 milhões de ações judiciais movidas pela Prefeitura em benefício da Administração Pública. Não existe essa história de terra arrasada. Vamos entregar o Município em bom estado. A realidade que o prefeito Flavio Jost encontrará na Prefeitura de Nova Hartz é uma realidade muito melhor do que pegamos em 2005.

Jornal Repercussão – Na parte ambiental, o Município avançou com a estruturação da Usina de Reciclagem. Qual o destaque que o prefeito pode fazer sobre o tema?
Arlem – Deixaremos a Usina licenciada junto à Fepam. Durante algum tempo, por burocracia do próprio Estado, tivemos que transportar o rejeito para outro Município pela ausência de uma licença ambiental. Ficamos três anos e meio em uma queda de braço com a Fepam e o Município gastando R$ 40 mil mensais para fazer a destinação final em outra cidade. Essa é uma conquista do nosso governo.

Jornal Repercussão – Qual a avaliação que o prefeito faz do seu mandato na Prefeitura?
Arlem – Desde que chegamos na Prefeitura sempre fui muito bem acolhido. Em nenhum momento tratei de forma diferente os procedimentos por ser o último ano de governo. Estamos trabalhando como se fossemos dar continuidade à gestão. Sou servidor público, minha esposa é servidora pública e vou continuar contribuindo com o Município. Nossa ética é assim. Não estamos trabalhando para que o próximo gestor do Município tenha dificuldades. Não há torcida do quanto pior melhor.

Jornal Repercussão – O projeto de levar água tratada para os moradores não tem avançado. O que está travando esta ação fundamental?
Arlem – Levar água tratada para toda a área urbana do Município é uma questão determinante para o progresso da cidade. Nos últimos dias, a empresa que construiu a adutora que trará água da Corsan captada no Rio Paranhana em Parobé – via área rural de Nova Hartz – providenciou as últimas ligações junto às pontes e córregos por onde a rede de água passa. Não efetivar a implantação do serviço público de abastecimento de água é outra tristeza nossa. Torço para que o futuro governo mantenha a posição de que é importante trazer a água tratada para o Município. Temos mais de 50% da obra concluída. Falta construir o reservatório de um milhão de litros, além das redes de abastecimento na área urbana.