Cinema Imperial é marco na paisagem urbana da cidade

Campo Bom – O prédio do Cinema Imperial, localizado na Rua dos Andradas, além de fazer parte da história de Campo Bom, já é parte da paisagem da cidade e se destaca pelo bom estado de conservação.

Inaugurado em 24 de setembro de 1932, o prédio, cujos proprietários eram Alfredo Blos e sua esposa, Danila Vetter, entusiastas de cinema, possui dois andares, e era equipado com modernos equipamentos sonoros. Neta de Alfredo, Debora Trierweiler, conta que os avós costumavam tocar violino e piano antes das projeções de cinema mudo. “Eles faziam a diversão antes das pessoas entrarem para ver a película, as pessoas ficavam ouvindo”.

A entrada do cinema era onde hoje é a entrada da Apoteka. Com a reforma de 1964, o prédio aumentou, e o cinema foi para o segundo andar. “Foram feitas escadas e se começou a olhar o cinema lá de cima. Numa proposta mais moderna na época, onde tinha a inclinação”, explica.

Foi também nessa reforma que a entrada pro cinema passou a ser na lateral, e a parte da frente se transformou no Bar do Cinema. O local foi palco de inúmeros eventos sociais e políticos. Era no Bar que a sociedade se reunia para conversar e comemorar datas festivas.

Débora conta que o cinema foi desarticulado quando poucas empresas tinham cinemas em vários lugares, dificultando a obtenção de boas produções. ”Os melhores filmes ficavam nessas grandes empresas”.

Débora e os primos são hoje os proprietários do prédio. Ela, desde 2012, administra a parte onde hoje está instalada sua farmácia, a Apoteka. Foi neste ano que outra reforma aconteceu. “A gente fez amarração com laje para segurar o prédio, nos andares de cima era madeira, a gente amarrou, foi prendendo. Permaneceram todas as características, paredes nao foram demolidas, só trocamos as aberturas, para uma mais adequada”, conta Débora.

Intenção para o futuro é envolver a comunidade

O plano para uma das salas do antigo cinema, que hoje fica dentro da farmácia, é montar um espaço de interação com a comunidade, explicando a história do prédio. Antes, entretanto, Débora conta que precisa resolver o problema de infiltração nas paredes. “Por ser um prédio antigo, com as soluções que temos hoje ainda não conseguimos resolver. Não posso trazer as pessoas aqui dentro tendo esse tipo de situação”, explica. Ela também faz questão de ressaltar a importância de manter a história da cidade através das suas edificações. “Mesmo que o prédio é nosso, precisamos olhar o contexto global. Quando tu começa a fazer parte de uma comunidade, aquilo que é teu, daqui a pouco, começa a fazer parte do visual da cidade. Alguma coisa você precisa respeitar. Então, a gente fez as coisas mais ou menos dentro dos padrões, toda a distribuição permaneceu igual“, pontua a proprietária.