Estudantes de Sapiranga são estimulados pela SMED a seguir em busca de novos desafios

Por Prefeitura de Sapiranga

Ressignificar a ideia que o aluno tem sobre a escola e oferecer uma oportunidade de reconstruir sua história com a aprendizagem. São esses os objetivos principais do Projeto Reconstruir, que reúne alunos em distorção de idade/ano para completarem o ensino fundamental. O projeto da Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Sapiranga é voltado para estudantes com idade acima de 15 anos, do 6.º ao 9.º ano. “A motivação do aluno é resgatada. A turma tem apenas um professor, porque queremos resgatar o vínculo entre aluno e professor. Hoje temos duas turmas de nono ano, e eles se sentem dessa forma. É essa a ideia do projeto. Termos um olhar diferenciado para este aluno, que passou por muitas dificuldades e agora se sente motivado e pertencendo à escola. Alunos que antes tinham muitas questões comportamentais e agora estão tendo conquistas dentro da escola”, destaca Paula Molling, supervisora pedagógica da Secretaria de Educação.
As aulas acontecem durante o dia em duas escolas da rede municipal de ensino: no Centro Municipal de Educação Dr. Décio Gomes Pereira e no Ayrton Senna e atendem, no total, 32 alunos. O Projeto iniciou em 2020, mas devido à pandemia, as aulas aconteciam de forma remota. “Agora em julho que a gente efetivamente retomou 100% a aula presencial, os encontros e capacitações com os professores e os fóruns com os alunos”, explica Paula. As turmas são menores que as demais, o que possibilita o acompanhamento mais de perto e o desenvolvimento do vínculo entre alunos e professor. “Funciona muito pelo exemplo. O professor, pra eles, é um grande exemplo, despertando o interesse em voltar a ter sonhos”, ressalta a coordenadora pedagógica do Décio, Ionara Adelia Hoffmeister.
O professor da turma do CME Dr. Décio, Carlos Henrique Garcia, ressalta a importância da motivação para estes jovens e se emociona ao falar da evolução dos alunos. “Como professor, é o segundo ano que pego eles. É muito gratificante porque vejo que eles vêm junto, mostram resultado, vontade. Eu me sinto muito bem, me emociono. Quando chegam, eles não tem perspectiva, vontade de seguir e estudar. A gente motiva e dá essa perspectiva pra eles”, salienta. “Como a proposta do projeto é um único professor, criamos mais vínculo, eles sentem mais confiança, mais segurança. Tanto que trazem algumas questões de casa. Conversamos bastante. E isso ajuda e faz com que se sintam à vontade e seguros. São bem participativos, perguntam, contam experiências”, relata Carlos.
Capacitações e construção do currículo 
As aulas acontecem todos os dias, de segunda a quinta-feira presencial, com o professor, e na sexta-feira, à distância. O projeto ainda não possui um currículo específico, mas a equipe pedagógica está construindo durante este ano, estabelecendo prioridades e o que é significativo para esse aluno que quer ir para o ensino médio. “Queremos ter esse norte sobre o que ensinar. Como posso preparar esse aluno que quer seguir estudando e entrar no mercado de trabalho”, enfatiza Paula.
Atualmente, ocorre uma reunião mensal com professores e coordenadores das escolas. “Organizamos capacitações e nos reunimos para realmente pensar na metodologia, para que realmente seja assertiva. A última capacitação foi sobre estimulação cognitiva. Estamos trabalhando a questão de como usar o conhecimento para desenvolver habilidades para a vida desses adolescentes”, salienta a supervisora.
São também organizados fóruns de discussão. Eventos que acontecem todos os meses, uma espécie de roda de conversa entre profissionais e alunos. “No último mês tivemos uma psicóloga, que foi falar sobre a questão do comportamento. Vamos ter sobre o mercado de trabalho e assuntos importantes para a vida deles. Então, ao mesmo tempo que capacitamos o professor, temos também esse suporte para o aluno ir além”, ressalta Paula. “Para mim, é uma vitória, um projeto que está dando certo, vemos a motivação sendo alcançada. Sabemos que se o aluno está motivado, a aprendizagem acontece, se ele tem vínculo com o professor, a aprendizagem acontece. Estamos fazendo uso de todas as estratégias para poder proporcionar isso à eles”, finaliza.
Aprovado no Instituto Federal, Lucas é exemplo de dedicação 
Lucas Gabriel da Silva Fleck tem 15 anos e repetiu a 3.ª série. Foi no Reconstruir que ele descobriu seu lado tecnológico, como ele mesmo diz. “Passei no IfSul e vou fazer informática, TI. O professor me ajudou a descobrir esse meu lado. Sempre gostei e agora vou fazer o curso para trabalhar nessa área. Vou estudar aqui na escola e me esforçar mais para passar”, conta Lucas. Depois de um ano de pandemia, em que teve que estudar em casa, a experiência de retornar para a escola e ter colegas o deixa animado. “Agora a gente vem pra sala de aula e aprende várias outras coisas. Estou aprendendo bem, o professor dá uma ajuda bem legal pra nós. Tudo que precisamos ele ajuda. Esse ano está bem melhor, estou conseguindo recuperar o que eu perdi e entender ainda mais”, comemora.