A cidade, a educação, o dia a dia e o futuro das duas “Escolas do Campo” aqui em Sapiranga

Sapiranga – As escolas do campo são aquelas situadas em áreas rurais ou em áreas urbanas, desde que atendam predominantemente a população do campo. A educação do campo envolve diversos níveis e modalidades de ensino, possui legislação própria e está vinculada a um projeto de desenvolvimento sustentável, articulado com outras instituições ligadas ao meio rural. O objetivo é qualificar os espaços escolares e garantir o acesso à educação, contribuindo para a permanência dos jovens no meio rural.

Em Sapiranga, as escolas situadas na zona rural não são consideradas escolas do campo, pois possuem um currículo próprio. Segundo a diretora e professora da EMEF Balduíno Wasem, Maricela Schuck, as escolas do campo são regidas pelo mesmo currículo das escolas da cidade. Estas escolas são multisseriadas, com alunos cursando desde o Jardim Nível A ao 5º ano. A partir do 6º ano é que as crianças vão para a cidade. Por este motivo é seguido o mesmo currículo aplicado nas escolas fora da zona rural. Não existe uma escola do campo até o 9º ano ou que tenham turmas de ensino médio.

A educação do campo é importante porque ajuda a qualificar e garantir o acesso à educação aos estudantes que moram na zona rural. Geralmente a faixa etária dos alunos inicia aos 4 anos de idade, em turmas pequenas, fato que facilita a integração e permanência dos mesmos na escola. Como todos moram longe da cidade, ter uma escola no meio rural faz com que desde pequenos estes estudantes frequentem o ambiente escolar.

Alguns alunos, depois que vão para a cidade, desistem de ir à escola por diversos fatores, entre eles porque a distância é longa ou porque a realidade é diferente (mais alunos, mais professores ou um ambiente talvez um pouco desigual.)

Maricela destaca que a principal diferença é que o vínculo criado com os alunos é maior. “Eu sou a professora deles desde o Jardim até o 5º ano, acompanhando a turma por 7 anos. Temos um vínculo muito especial, a relação com os pais é forte e a participação deles é essencial, justamente por sermos uma escola pequena e precisarmos estar unidos”, diz ela.

Hoje em Sapiranga há duas escolas rurais: EMEF Balduino Wasem (Bela Hu) e EMEF 25de Julho (São Jacó). Há também uma inativa em Picada Verão, a EMEF Carlos Lourenço Auler, devido à falta de alunos. Porém, o prédio é utilizado para receber o médico que vem uma vez por mês visitar a comunidade.

Entre os projetos principais para este ano, destacam-se a continuidade da Horta e do programa Verdesinos, bem como a ida ao Centro Ambiental e a participação dos projetos lá existentes.

Foto: Aruivo.