Paquetá vai propor fundo de amparo a trabalhadores com contratos suspensos

Em processo de recuperação judicial desde 2019, nos últimos dias, a Paquetá Calçados, tradicional empresa de Sapiranga, deu mais indícios de agravo na sua situação financeira

Sapiranga – Com o objetivo de apresentar aos trabalhadores da unidade de Sapiranga e que estão com o contrato suspenso por cinco meses, uma proposta de Lay-Off (benefício Fundo de Amparo ao Trabalhador), a Paquetá realiza nesta sexta-feira (26), às 14h, uma assembleia na sede do Sindicato dos Sapateiros da cidade. Esse benefício se estabelece como critério para a suspensão desses contratos e, com isso, serão ofertadas bolsas de qualificação profissional a esses colaboradores. A proposta será exposta junto com o Sindicato.

 

O intuito, com base no comunicado emitido pela Paquetá, é preservar e recuperar as operações do Grupo, assim como resguardar os direitos dos trabalhadores. De acordo com o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga, Júlio Cavalheiro Neto, esse movimento precisa ter a participação do sindicato, que vai esclarecer e intermediar a situação. “Nosso papel é esclarecer. Mas vamos assinar, apenas, o que os trabalhadores autorizarem”, diz.

O presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga afirmou à reportagem do Grupo Repercussão que cerca de 60% do quadro de funcionários da Paquetá, de todas as unidades, tiveram seus contratos suspensos. “Esse seria o percentual de colaboradores que entrariam nesse suporte oferecido pelo Lay-Off, levando em conta todas as unidades”, garante. “No ramo calçadista é a primeira vez que vejo algo neste sentido. Já tinha visto algo nesse sentido no ramo de montagem automotiva, quando uma empresa em Gravataí fez demissões em massa”, concluiu Neto, fazendo menção às demissões em massa que a GM de Gravataí fez, em 2016, após o fim do Lay-off.

 

SITUAÇÃO CALAMITOSA

A Paquetá tem vivido momentos de crise nos últimos meses. Em recuperação judicial desde 2019, além das demissões recentes que têm ocorrido na unidade de Sapiranga, também foram registrados atrasos nos pagamentos dos trabalhadores. A empresa está em recuperação fiscal. Neste mês de maio, funcionários já cobraram, no portão da empresa, a quitação dos vencimentos atrasados.