Economia é gerada por vários setores, mas indústria ainda representa a maior fatia em Sapiranga

Sapiranga – A expressão econômica no município de Sapiranga, assim como na maioria do Vale dos Sinos, ainda é da indústria calçadista. Essa liderança é histórica, vem desde os anos 70 e se reflete no ranking das 50 maiores empresas – considerando o Valor Adicionado- onde constam 17 indústrias calçadistas e ainda 6 do segmento têxtil e 4 de metalurgia, que, muitas vezes, têm relação com a produção do calçado. Além de mais oito indústrias que produzem os mais diversos materiais, alguns deles, componentes fundamentais para o segmento do sapato.

 

 

Um ponto importante, sobre o ranking de empresas por VA, é que, muitas vezes o tamanho do negócio não é medido somente por esse fator. Uma empresa também é ‘grande’ considerando a geração de empregos e a própria estrutura física. O fato é que, em Sapiranga, o comércio também é muito expressivo, entre as 50 empresas arrecadadoras aparecem 10 comércios como loja concessionária de veículos, madeireira, postos de gasolina, distribuidora de cosméticos e farmácias. Outro segmento forte na cidade é o de alimentos, tanto na indústria (como frigorífico e produção de massas), com distribuição a nível estadual. Como também no comércio direto através de redes de hipermercados e atacado de utilidades.

 

Com relação à representação de cada setor, se confirma a expressão majoritária da indústria, mas o comércio já tem melhor representação. Em um comparativo do valor adicionado – considerando os setores- de 2019 para 2020 o comércio cresceu em cerca de R$ 44 milhões de movimentação, enquanto a indústria teve um encolhimento de mais de R$ 250 milhões. Esse dado reflete fortemente o impacto que a pandemia causou em 2020, mas também projeta a tendência de expansão do setor comercial.


Regularização fiscal é crescimento para o município

A superação do setor industrial sobre o setor de comércio e serviços pode ser explicada, como já falamos, pelo contexto histórico-econômico da região, mas outros fatores também refletem nestes dados, como destaca a secretária de Administração Fazendária de Sapiranga, Simone Melo. “A diferença poderia não ser tão alta, porque o nosso comércio é muito forte, mas muitas pessoas ainda precisam se conscientizar com relação da emissão na nota fiscal, isso nos gera ICMS”, defende a secretária da pasta que atua também na fiscalização e orientação às empresas e prestadores de serviços.
O ICMS é um imposto de competência estadual, mas os municípios recebem um retorno desta arrecadação, o que gera um montante importante para o orçamento público. “A nossa atuação é no sentido de acompanhar, olhar a contabilidade, corrigir erros de escrituração contábil, chamar a empresa que está gerando prejuízo e orientar. Não podemos atuar mais fortemente pois é uma atribuição do estado”, explica Simone. Somente em 2021, a Administração Fazendária pôde ‘recuperar’ cerca de 3 milhões de reais que se perderiam por inconsistências fiscais.

A diferença do retorno do setor industrial com relação aos demais e, por consequência, o domínio entre as maiores empresas, é reflexo de uma cultura da falta de regularização no comércio e serviços. Exigir a nota fiscal é uma atitude cidadã e que, além de proteger o consumidor, ajuda no crescimento da economia que consegue ter os números reais para planejamento de ações. Não se trata apenas dos 2,5% de ICMS que o estado retorna ao município, mas também da importância de a empresa estar regular e poder usufruir dos benefícios fiscais. Além disso, com os números reais o município apresenta uma economia mais dinâmica e atrativa para novos investimentos.