Voo Livre: As histórias de superação por trás dos contemplados

Casal William e Pamela em frente a sua casa nova, segurando a edição de 2015 do Repercussão em que apareceram Foto: Caroline Waschburger

Por Caroline Waschburger

Sapiranga – Ser contemplado com uma das casas populares do loteamento Voo Livre, para muitos moradores, é sinônimo de vida nova. Os beneficiários William Lorenzetti Silva, 32 anos, e sua esposa, Pamela Maria Leite da Conceição, 30 anos, foram protagonistas de uma reportagem do Jornal Repercussão no ano de 2015, quando saiu uma ordem judicial de reintegração de posse autorizada pelo Poder Judiciário e liderada por parte da Prefeitura de Sapiranga. Na época, diversas famílias haviam ocupado uma área verde nas proximidades da Rua São Francisco, no bairro Oeste, e tentavam negociar a compra dos terrenos junto à prefeitura. Já Alessandra Paola Pinto Wasem, de 25 anos, conta que pagava aluguel há 10 anos, e após um longo processo de reuniões, entrevistas, comprovações e cursos de capacitação, conquistou a tão sonhada casa própria. William e Alessandra compartilharam com a redação do JR um pouco sobre a sua história até então.

William e sua esposa foram beneficiados

William e sua esposa, Pamela, conquistaram a moradia após anos de luta. “A gente morou numa área de preservação ocupada no bairro Oeste em 2015, na qual fomos retirados por não ter recurso, e tivemos que ficar aguardando a prefeitura fazer um projeto de moradias populares para encaixar a gente. Ficamos no Ginásio Nenezão por cerca de 45 dias, até achar um lugar novo para morar. Nesse meio tempo, cada um foi para um lado, pagar aluguel de novo, fomos “nos virando”. Precisamos fazer cadastro de novo até chegarmos onde estamos hoje. Nossa vida nos últimos anos não foi nada boa. Minha mulher sempre teve problemas de saúde, ficou dois anos entre hospitais, teve pedra nos rins e perdeu um rim porque demoraram muito para fazer cirurgia. O que ela tem ainda não funciona 100%”, conta William. “Temos 4 filhos pequenos, de 13, 12, 9 e 3 anos. Receber uma dessas casas representa tudo, é o sonho de uma vida toda”, compartilha ele, emocionado.

Alívio e gratidão de Alessandra

“Ia fechar 10 anos que eu estava pagando aluguel. Já fiquei desempregada, muito sem luz, porque ou pagava aluguel ou água e luz. Já tive que escolher muito entre pagar as contas e comprar comida. Tenho dois filhos pequenos e fazia 8 anos já que eu estava me cadastrando nas casas, mas nunca havia sido beneficiada. É um programa bem rigoroso, se não tiver tudo bem certinho, não passa o cadastro. Foi puxado, porque ficamos um ano sendo acompanhados com entrevistas para ver se tudo que a gente fala é verídico. Tivemos que fazer os cursos de capacitação que são exigidos pelo governo. Agora está tudo tranquilo, porque passamos por essa, mas foi difícil até aqui, porque com criança pequena não é fácil. Fiquei muito feliz, muito feliz mesmo. Teve empecilhos no caminho, mas foi uma conquista enorme. Estou muito feliz, da pra se ajoelhar todo dia e agradecer. E com a pandemia, precisamos agradecer, porque essas casas vieram na melhor hora. Assim podemos ficar tranquilos porque não devemos para ninguém”, compartilha, aliviada Alessandra Wasem.