Violência doméstica em pauta: evento visa conscientização sobre o tema em Sapiranga

Foto: Luiza Simon

Sapiranga – Apenas nos dois primeiros meses deste ano, foram registrados 18 casos de feminicídio, 364 estupros e mais de 3500 lesões corporais contra mulheres em todo o Estado, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública. Cidades como Araricá, Nova Hartz e Sapiranga registraram ameaças: sete em Araricá, 16 em Nova Hartz e 55 em Sapiranga, respectivamente. Com relação aos registros de lesão corporal, os números são de um em Araricá, quatro em Nova Hartz e 14 em Sapiranga. O último dos municípios também notificou um estupro.
Visando combater a cultura de violência doméstica, um evento de conscientização sobre o tema ocorreu no Centro de Cultura de Sapiranga na última quarta-feira (6). A Conferência da Assistência Social, que engloba os municípios de Araricá, Nova Hartz e Sapiranga foi o ponto central, abordando políticas de atendimento em rede, em colaboração com órgãos de segurança pública, incluindo o Poder Judiciário e o Ministério Público.
Entre as principais atrações do evento está uma peça teatral e uma roda de debate aberto entre o público e autoridades presentes.

A roda de conversa contou com a presença de representantes dos municípios vinculados ao Judiciário, por meio do Convite Intermunicipal de Fortalecimento de Políticas para Mulheres Vítimas de Violência do Estado, onde Sapiranga desempenha um papel ativo na Comissão de Ações das Políticas.

A promotora de justiça de Sapiranga, Silvia Jappe, destaca a importância da apresentação teatral no evento. “Temos nos dedicado aos ensaios para apresentar uma peça que retrate a realidade das pessoas afetadas pela violência. Durante a roda de conversa, houve um debate entre membros da comunidade e os participantes, abordando temas como a implementação da tornozeleira eletrônica em Sapiranga. Além disso, levantou-se o tema do ambiente intrafamiliar, o impacto sobre os adolescentes, incluindo casos como o de Henri Burel”, explica.

Depoimentos

Nós temos uma demanda muito grande em Sapiranga, são praticamente dois casos de violência doméstica por dia. Temos um trabalho bastante forte nessa área de enfrentar conjuntamente com o Judiciário, o Ministério Público, o Brigado Militar, também através da Maria da Penha e das suas patrulhas rotineiras”.

Clovis Nei da Silva, delegado da Polícia Civil de Sapiranga.

Este evento é muito importante, porque sabemos que muitas pessoas sofrem esse tipo de violência e muitas vezes nem percebem que estão sendo vítimas desse tipo de violência, então é essencial que se fale a respeito”.

Silvia Jappe, promotora de
justiça de Sapiranga.

Nós primeiramente ressaltamos a importância deste evento, não só para a cidade de Sapiranga, e sim para comarca, que nós temos outros municípios que a Patrulha Maria da Penha abrange”.

Pedro Beron, tentente-coronel da Brigada Militar de Sapiranga.