Venda irregular de lotes motiva investigação do MP

Araricá – Nos últimos anos, o País avançou na oferta da casa própria para mais de três milhões de brasileiros. Porém, nem todos os cidadãos conseguem acessar os financiamentos oferecidos pelas instituições bancárias.
 Desta forma, a alternativa para centenas de trabalhadores encontrarem um terreno para construir a tão sonhada casa própria é a de buscar imóveis em áreas afastadas dos centros comerciais dos municípios. O problema é que em alguns casos, os locais onde as pessoas encontram um lote, e consequentemente, acabam comprando, não possuem a infraestrutura básica como rede de energia elétrica, água encanada e até mesmo canalizações de esgoto.
Consciente deste grave problema que acarreta em desordem urbanística nos municípios, o Ministério Público (MP) de Sapiranga, Araricá e Nova Hartz, tem atuado para evitar também danos ambientais. Uma das medidas adotadas por algumas promotorias é a instalação de placas indicativas de quais loteamentos são considerados irregulares, para informar o cidadão das irregularidades. Porém, tal prática não é adotada na região.
Para comprovar ao leitor do Jornal Repercussão, que pessoas mal intencionadas vendem terrenos em áreas impróprias para famílias com baixa instrução, trocamos e-mails e mensagens virtuais por telefone, com profissional da área de corretagem de imóveis, demonstrando suposto interesse em um terreno.
Flagramos uma destas irregularidades, no bairro Campo da Brazina, em Araricá. Em uma área rural, o proprietário de uma chácara (que não será identificado nesta reportagem) está loteando parte do imóvel. A medida, inclusive, gerou uma fiscalização, na semana passada, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) no local para constatar possíveis irregularidades. “A profissional envolvida na venda do imóvel na área rural, no bairro Campo da Brazina, em Araricá, foi notificada pelo CRECI. Agora, ela possui 15 dias para apresentar a sua defesa. Caso a defesa não seja aceita, a corretora pode ser até excluída da entidade”, destaca o fiscal do CRECI, Cristiano Leal Cabello.
Os terrenos vendidos irregularmente no bairro Campo da Brazina custam em média 30 mil reais. Porém, as pessoas que vendem as áreas não explicam que o local possui infraestrutura precária.
FATO SERÁ APURADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO 
A venda irregular de lotes na área rural do bairro Campo da Brazina, denunciada nesta reportagem, motivou o Ministério Público de Sapiranga a abrir uma investigação para apurar os fatos, que eram desconhecidos pela Promotoria. Esta é mais uma reportagem do Jornal Repercussão que força os órgãos fiscalizadores a atuarem no combate à práticas irregulares.