Valores pós-ciclone: região busca recursos para cobrir prejuízos de mais de R$ 40,1 milhões

Taquara (foto) foi uma das cidades mais atingidas. Foto: Divulgação

Região  –  As cidades da região ainda contabilizam os estragos das fortes chuvas causadas pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul. Na região de cobertura do Grupo Repercussão, óbitos não foram registrados, embora os rastros do ciclone ainda sejam latentes, tanto em termos de estrutura quanto financeiros. Os prejuízos nos 10 municípios são de, no mínimo, R$ 40.179.080. Esse valor pode aumentar.

 

Os vales do Sinos e Paranhana, assim como o Litoral Norte, foram os pontos mais afetados com os altos volumes causados pelo fenômeno meteorológico entre os dias 15 e 16. Considerado um dos piores eventos climáticos dos últimos 40 anos no Rio Grande do Sul, o ciclone extratropical provocou 16 mortes.

 

PREENCHIMENTO DE FORMULÁRIOS

Rolante e Taquara apresentam os maiores prejuízos financeiros. “Sabemos que foi algo atípico e os danos só não foram maiores devido às ações de prevenção que estamos tomando desde 2021, como o desassoreamento de rios e arroios, assim como os quase 12 quilômetros de canos instalados para melhorar o escoamento das águas”, salientou a prefeita de Taquara, Sirlei Silveira. “Estamos elaborando um plano de trabalho para conseguir recursos federais”, disse Pedro Rippel, prefeito de Rolante.

Outras cidades buscaram opções mais incisivas, como cancelar eventos. Sapiranga, por exemplo, cancelou a Expo Sapiranga e a Festa da Colônia. “Nesse momento, optamos por não realizar a Festa da Colônia. A passagem do ciclone extratropical deixou estragos, os impactos foram muitos também na área rural, afetando os nossos agricultores. Foram deslizamentos, pontes danificadas, entre outros pontos que necessitam de conserto”, disse a prefeita Carina Nath. Araricá teve prejuízo de, no mínimo, R$434 mil, segundo a Emater.

Com preenchimento de formulários e auxílio das defesas civis, as cidades seguem em busca de auxílio de recursos. Com exceção de Três Coroas, todas os outros municípios da região decretaram situação de emergência. “Isso se fez necessário por conta dos desalojados, desabrigados, para comunicar oficialmente que a situação não era normal, servindo como base para buscar recursos e ajuda humanitária”, destacou o prefeito de Campo Bom e presidente da Famurs, Luciano Orsi.

 

VEJA OS PREJUÍZOS ESTIMADOS POR CADA CIDADE

Três Coroas
Com danos em pontes e bueiros, os prejuízos estimados do município se aproximam dos R$ 500 mil, projetou o prefeito Alcindo de Azevedo.

Igrejinha
A cidade teve mais de 2,5 mil pessoas atingidas. As zonas urbana e rural foram afetadas por inundações, enxurradas e risco de deslizamento. O município decretou situação de emergência e contabilizou prejuízo de R$1.772.000,00; além disso, a Emater estima prejuízo na agropecuária superior a R$ 98,1 mil.

Nova Hartz
A cidade sofreu destruição em pontilhões, além de três deslizamentos de terra no Arroio da Bica. Uma casa ficou completamente destruída e outra com a estrutura comprometida. A situação de emergência foi decretada; o prejuízo estimado ultrapassa os R$ 4 milhões.

Campo Bom
Com o maior volume de chuva registrado (209 milímetros), desde que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) começou a acompanhar o município, em 1984, Campo Bom teve 96 desabrigados, 270 desalojados e mais de 3 mil pessoas afetadas. A cheia do Rio dos Sinos atingiu os bairros Barrinha, Porto Blos, Vila Rica, Operária e 25 de Julho. A cidade decretou situação de emergência; o valor estimado é de R$ 4,5 milhões.

Riozinho
A cidade, que faz limite com Caraá e Maquiné (cidades mais afetadas pelo ciclone no Estado), teve danos em estradas, pontes e bueiros foram totalmente danificados, assim como a lavoura do município (especialmente as áreas de horticultura, fruticultura, cereais e pecuária). Na agropecuária, a Emater estima prejuízo de R$ 3.740.000,00.

Rolante
De acordo com a Emater, o setor de agropecuária de Rolante foi prejudicado em R$10.168.920,00. Além desse valor, segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, Cleber Zaro, com o preenchimento do Formulário de Informações do Desastre – FIDE, foram contabilizados mais R$ 9,1 milhões em danos à residências, instituições públicas, deslizamento de barreiras e entupimento de canalizações e esgotos, além de danificação em pavimentação e pontes.

Taquara
Taquara foi uma das cidades mais afetadas; o prejuízo estimado é superior a R$ 7 milhões e a cidade, obviamente, decretou situação de emergência. Parte do muro do Hospital Bom Jesus caiu sobre três carros. Além disso, a contabilização dos estragos soma três pontes destruídas na zona rural, além de quase 1,7 mil moradias danificadas.

Parobé
Com mais de 200 casas atingidas, Parobé também decretou situação de emergência. Estradas, como a do distrito de Santa Cristina do Pinhal, foram bloqueadas. Uma ponte na localidade de Poço Fundo, no limite com Araricá, também ficou comprometida. Segundo a Emater, os prejuízos para a agricultura da cidade chegam a R$ 900 mil.

Sapiranga
A estimativa é de que cerca de 30% da cidade tenha sido atingida, com mais de 2,5 mil moradores afetados. Estradas e pontes foram danificadas, assim como o acesso à localidades da zona rural. Além dos investimentos que a prefeitura está realizando com recursos próprios para reparos, ocorre a busca de cerca de R$ 1,5 milhão de recursos junto ao Governo Federal.