Vacinação de gestantes ainda é tabu e falta esclarecimento

Região – A vacina Tríplice Bacteriana – dTpa- faz parte do calendário de vacinação das gestantes brasileiras desde novembro de 2014, mas ainda é muito pouco procurada pelas grávidas em todo o país. A vacina previne, principalmente, a coqueluche em recém-nascidos, fato comprovado por um recente estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. A pesquisa aponta que a vacina, que ainda previne difteria e tétano, quando aplicada no terceiro trimestre de gestação, reduz drasticamente o risco do desenvolvimento de coqueluche em bebês recém-nascidos.

No Brasil, campanhas vêm sendo realizadas para conscientizar e aumentar o índice de grávidas vacinadas, que entre 2016 e 2017 foi de apenas 34%. O índice de vacinas dTpa aplicadas, no ano passado, ficou em 38,48%. Nenhum estado alcançou a meta do Ministério da Saúde, de 95%. Segundo especialistas, em muitos casos, a única forma de prevenir doenças em recém-nascidos é vacinando a mãe durante a gestação. O maior problema é a falta de informação. Para Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, se criou um mito que as mulheres grávidas não podem se vacinar.

Campo Bom está com tudo em dia

Em Campo Bom, conforme informado pela Secretaria de Saúde, o Município segue o calendário, assim como as campanhas do Ministério da Saúde. A pasta informa, entretanto, que não existem dados estatísticos sobre a vacinação de gestantes. Mesmo sem estatísticas, segundo a Secretaria, Campo Bom está com a vacinação normal. “Nossas gestantes estão todas com as vacinas em dia. Talvez na rede privada tem uma baixa adesão”, declara a secretária Suzana Ambros.

Interesse pela vacina é baixo em Sapiranga e Nova Hartz

Em Nova Hartz, conforme Simone Pinto, enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde e Coordenadora da Vigilância em Saúde, as gestantes atendidas na rede pública são encaminhadas para atualizarem suas carteirinhas de vacinação durante o pré-natal. Elas também são orientadas pelos Agentes Comunitários de Saúde em visitas domiciliares. “Mesmo assim, a procura por vacinas durante a gravidez ainda é baixa. Mensalmente administramos em média 20 doses da dTpa. Acreditamos que a baixa procura seja ainda devido aos mitos de que as vacinas possam fazer algum mal para o feto”, declara Simone.

Em Araricá, de acordo com a Secretaria de Saúde, o agente de saúde encaminha a gestante para o pré natal com o médico da família e para o ginecologista, que faz o acompanhamento e solicita os exames e vacinas. Todas as gestantes atendidas no Município, conforme a secretaria, são devidamente informadas e encaminhadas para a vacinação. Em Sapiranga, mesmo o Município dispondo das vacinas em todas as Unidades Básicas de Saúde, em 2017, apenas 49,43% das gestantes aplicaram a dTpa. De 1056 grávidas, 522 optaram pela vacinação. Todas, conforme a Secretaria de Saúde, são orientadas a realizar a vacina, mas nem todas optam por fazer.

Texto e fotografia: Sabrina Strack