UTI neonatal do Hospital Sapiranga sem data para início de atendimentos

Ajustes | Além da conclusão de obra, ainda falta o credenciamento junto ao Ministério da Saúde

Sapiranga – A falta de recursos financeiros do Governo Estadual é um dos pontos que trava a abertura da futura Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Sapiranga. “A estrutura física deve ficar pronta entre março e abril. Mas, para o funcionamento, não temos previsão”, revela o presidente da Sociedade Beneficente Sapiranguense, João Edmar Wolff.

Outro detalhe que atrasa a conclusão da UTI Neonatal é a retenção de aproximadamente R$ 100 mil pela Caixa Econômica Federal. “Esse valor se refere a uma emenda parlamentar de R$ 200 mil do deputado federal Renato Molling para a climatização da futura UTI adulta, mas que transferimos para a UTI Neonatal”, esclarece João Wolff.

Para a administradora do Hospital Sapiranga, Elita Herrmann, o início do funcionamento da UTI Neonatal depende do credenciamento do Ministério da Saúde. “A Secretaria Estadual da Saúde bancaria o custeio da UTI até o credenciamento pelo Ministério da Saúde. Porém, o secretário estadual João Gabardo alertou que não há verbas para novos investimentos (custeio da UTI Neonatal)”, conta Elita.

Paralelamente à luta dos gestores do Hospital Sapiranga para colocar a UTI Neontal em funcionamento, estão os problemas de caixa com os constantes atrasos no pagamento de repasses do Governo Estadual. “De 2015 para cá temos um déficit de R$ 1 milhão”, cita Elita.

Pouco recurso em caixa

Para manter o Hospital Sapiranga funcionando dentro de uma normalidade, os gestores estão renegociando pagamentos e prazos com os fornecedores. Por outro lado, médicos e funcionários estão recebendo rigorosamente em dia, o que garante a priorização do atendimento aos moradores de toda a região que buscam o Hospital Sapiranga.

As dificuldades financeiras dos Hospitais filantrópicos aumentaram também com o fim dos repasses do Governo Estadual via Incentivo de Cofinanciamento da Assistência Hospitalar (IHOSP). “Isso era um complemento que o ex-governo fez para compensar a defasagem da tabela SUS do Governo Federal. Recebíamos uma média de R$ 176 mil mensais, e agora, o atual governo não pretende dar continuidade aos pagamentos do IHOSP”, revela Wolff.

Porém, mesmo com grandes dificuldades, o Hospital Sapiranga segue qualificando sua estrutura através de emendas parlamentares. Confira abaixo os valores repassados pelos deputados federais e estaduais da região.

Deputados indicam

Ana Amélia Lemos
R$ 200 mil: equipamento para aquisição de urologia.

João Fischer (Fixinha)
R$ 272 mil: aquisição de dois aparelhos endoscópios
R$ 182 mil: 40 camas e macas hospitalares para toda a unidade de internação do SUS
R$ 893 mil: Verba para ampliação da UTI adulto (10% do valor foi pago).

José Fogaça/Giovani Feltes
R$ 400 mil: aquisição de respiradores e equipamentos para lavanderia, bloco cirúrgico e para o serviço de traumato/ortopedia.

Maria do Rosário
R$ 249.984,62: material de uso único (descartáveis) para serviço de urologia.

Renato Moling
R$ 1 milhão: Equipamentos diversos para UTI adulto e um gerador de 750 KWA para todo o Hospital
R$ 700 mil: aparelho litotripsor (para quebrar pedra nos rins)
R$ 500 mil: Aquisição de equipamentos para UTI Neonatal.
R$ 500 mil: Compra de equipamentos diversos (para 2017).
R$ 415 mil: Equipamentos para bloco cirúgico (dois carros de anestesia e focos cirúrgicos)
R$ 250 mil: Aquisição de aparelho raio-x digital