Usuários de drogas têm assistência de profissionais nos municípios

Região – Sem um estudo que aponte a quantidade de dependentes químicos que necessitam de ajuda específica, o pedido de socorro às Secretarias de Assistência Social dos municípios e aos Centros de Referência chegam através das famílias, muitas vezes, desesperadas e sem saber em quem buscar ajuda.
Pelo menos esta é a realidade enfrentada em Sapiranga e relatada pela assistente social, Silvia Cristina Lourenzi. Ela conta que toda a atenção é ofertada pela Prefeitura às famílias e aos dependentes. “Aqui fazemos a triagem e a avaliação dos dependentes. Quando há necessidade, os pacientes chegam a ficar hospitalizados por até 14 dias”, comenta. 
Em Sapiranga nos últimos meses, a Secretaria de Assistência Social registrou 60 casos de dependência química.
*CREAS para Sapiranga
Ainda sem um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), a tendência é de que para 2014 esta unidade possa ser oferecida à população. Conforme a assistente social Silvia Cristina Lourenzi, o CREAS oferece atendimento de psiquiatras, advogados,  médicos especializados, entre outros serviços. “A reincidência destas pessoas, muitas vezes, está associada a falta deste acompanhamento”, atesta.
*Internação compulsória
Para a realização de uma internação compulsória não é necessária a autorização familiar. Esta possibilidade de internação ocorre determinada pelo juiz do município, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a sua condição psicológica e física. A secretária de Saúde de Campo Bom, Ilaine Plestch, é contra esta medida. “O tratamento de um paciente deve ser definido por um médico em conjunto com a família, e não pelo judiciário”, pondera.
Realidade em Campo Bom e Nova Hartz:
*NOVA HARTZ
Até este mês foram três internações para desintoxicação química e uma internação psiquiátrica por ordem judicial, sendo que duas delas são por reincidência. Conforme informações da Prefeitura, em 2013, dois pacientes usuários de álcool e outras drogas foram encaminhados mais de uma vez, sendo que um deles foi encaminhado duas vezes por ordem judicial e três vezes voluntariamente.
Do total de casos que chegam para a Prefeitura de internações, entre voluntárias e compulsórias, 30 pacientes foram encaminhados para internação, dos quais cinco deles são reincidentes.  â€ƒ
A Assistência Social possui convênio com a Comunidade Terapêutica Criar Vitória, de Taquara, para onde são encaminhados alguns pacientes usuários de álcool e outras drogas. O município paga por cada internação em comunidade terapêutica o valor de R$700, sendo que no mês de agosto, estavam internadas 10 pessoas em Comunidade Terapêutica. Essas pessoas não estavam internadas por medida compulsória.
*CAMPO BOM
A Prefeitura revela que a internação compulsória de dependentes químicos por ordens judiciais custa cerca de R$ 30 mil ao mês aos cofres públicos. E do total das internações, 45% são de dependentes encaminhados mais de uma vez (realidade também de outros municípios). 
Dados da Prefeitura de Campo Bom mostram que a internação compulsória por dependência tem se mostrado ineficaz e 24% dos dependentes reincidem na internação. Das 46 internações de janeiro de 2012 até agosto, 21 são de apenas oito dependentes. Atualmente, 14 pessoas estão internadas em centros terapêuticos particulares ao custo mensal de R$ 1,8 mil por pessoa. Em 2012 as internações de dependentes custaram R$ 70 mil à Prefeitura e esse ano a chance deste custo aumentar e passar do valor gasto em 2012 é grande. São 23 internações nos primeiros meses do ano – o mesmo número de todo o ano passado.