Urnas eletrônicas passam por auditoria após determinação do Tribunal Regional Eleitoral, em Sapiranga

Sapiranga – A auditoria nas urnas eletrônicas do primeiro turno das eleições gerais ocorreu na última quinta-feira, 18, na sede do Cartório Eleitoral de Sapiranga. O processo seguiu as orientações fornecidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RS), iniciativa motivada pelas diversas reclamações, registradas pelos eleitores em ata, no dia da eleição, sobre o funcionamento inadequado das urnas.

Em Sapiranga, a auditoria foi acompanhada pelo Juiz Eleitoral, Ricardo Petry Andrade, pelo Promotor Eleitoral, Sérgio Cunha de Aguiar Filho, pelo presidente da OAB/RS – seccional Sapiranga, Lucas Medeiros Schilling e pela reportagem do Jornal Repercussão.

O Chefe do Cartório, Carlos Antônio Ferreira Machado, apresentou o local onde as urnas ficam armazenadas, a dinâmica de carga e a distribuição das urnas para as seções eleitorais.

“As urnas não saem daqui. Fizemos manutenção trimestral e as cargas são dadas conforme os programas fechados recebidos do TSE e TRE”, explica Machado. Foram, no total, 12 reclamações registradas em atas, relativas ao funcionamento das urnas.

Atas com reclamação de eleitores registradas em Sapiranga e Nova Hartz

Dentre as 12 atas que relataram problemas, 11 casos foram em Sapiranga e um em Nova Hartz. Araricá não teve casos. A maioria dos relatos dizia respeito a falta de foto do candidato cujo número foi digitado.

Após análise, os problemas relatados não foram constatados nas urnas, já que todos os candidatos a Governo, ao Estado, à República e ao Senado estavam listados. “Quando não aparece a foto é porque digitou errado. Precisa digitar, esperar aparecer a foto e aí apertar o confirma. Se só digitar o número e logo confirmar, não dá tempo e encerra. Mas o voto foi computado”, esclarece o chefe do cartório.

Ação para ACALMAR ELEITORES

O Repercussão acompanhou a auditoria de duas urnas, uma de Sapiranga e outra de Nova Hartz. Para acesso a urna, é preciso romper o lacre fixado ao fim da eleição do primeiro turno. A mídia para acesso aos dados da memória interna foi fornecida pelo TRE. “Os pendrives com os resultados ficam arquivados aqui, lacrados, não podemos mexer até ano que vem”, pontua Machado. Na primeira urna, após checagem do Boletim de Urna, nenhum voto foi computado como nulo, ou seja, todos os eleitores, mesmo aqueles que alegaram não haver foto do seu candidato, finalizaram seus votos. Na segunda urna, foram constatados votos nulos, com números errados inseridos, como 47, 90, 71 e 11. “Provavelmente, a pessoa que reclamou que digitou os números do candidato e não apareceu a foto, digitou invertido”, esclarece o juiz eleitoral.

 

Clima tenso

O promotor eleitoral, Sergio de Aguiar Filho, destacou o clima tenso dessas eleições.

“Fizemos apreensão de material de todos os partidos, em larga escala. Mesmo assim pessoas reclamam e pedem por paridade. O clima está tenso”, declarou, salientando a disponibilização, também para o segundo turno, de dois números para denúncias diretamente ao Ministério Público: (51) 3599-2774 (horário de expediente) e (51) 99659-0096 (plantão).

 

 

Todos os representantes de partidos foram convidados para acompanharem a auditoria, porém, nenhum compareceu. (CORREÇÃO ATUALIZADA: O PSL SAPIRANGA FOI O ÚNICO PARTIDO REPRESENTADO, ATRAVÉS DE ROSE CAMARGO.)

“O que a gente mais lamenta é que os presidentes de partido deveriam ser os mais interessados, mas nunca comparecem”, declara o chefe do cartório.

O Promotor ainda explicou, em vídeo exclusivo ao Repercussão, todo o processo da auditoria

Texto e Fotos: Sabrina Strack