Unidade dos Correios, em Campo Bom, tem surto de contaminados pelo coronavírus

Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) de Campo Bom, no bairro Metzler Foto: Deivis Luz

Campo Bom – Quatorze dos 19 trabalhadores dos Correios contraíram o coronavírus na última semana. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa federal e o Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect-RS), subsede Vale do Sinos, critica a falta de assistência da estatal aos trabalhadores.

Uma fonte do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) de Campo Bom, localizada na Av. dos Estados, bairro Metzler, revelou que 80% dos trabalhadores acabaram contraindo o patógeno (Sars-Cov 2). Devido a essa dificuldade o CDD recebe apoio humano e técnico de outras unidades para manter o atendimento à população.

A assessoria de imprensa dos Correios informou que acompanha a situação de saúde dos seus empregados, prestando o apoio necessário, e providenciando o afastamento e encaminhamento médico daqueles com suspeita de Covid-19: “Em Campo Bom, os testes foram realizados pela Vigilância Sanitária do município. A higienização da unidade já foi realizada, conforme o Protocolo de Medidas de Prevenção da estatal”, diz trecho da nota enviada ao Repercussão.

Correios diz adotar todas as medidas necessárias

O diretor da subsede dos Correios nos vales do Sinos, Paranhana e Caí, Luis Carlos Vieira, avalia que a empresa poderia ser mais cuidadosa com a saúde dos trabalhadores: “Desde o início da pandemia, quem correu atrás de álcool gel, máscaras e EPIs foi o sindicato”, reclama o sindicalista.

Por sua vez, a assessoria de imprensa dos Correios explica que adota, desde março, medidas de proteção à saúde de seus empregados, clientes e fornecedores, em função da pandemia. Além de intensificar as orientações ao efetivo quanto aos cuidados básicos de higiene e procedimentos de limpeza dos ambientes e equipamentos, todos os empregados têm acesso a álcool em gel e máscaras laváveis, conforme determinam os órgãos de saúde. A empresa ainda autorizou a realização de trabalho remoto para empregados classificados em grupos de risco.

Sindicato faz apontamentos e restrições

Luis Carlos Vieira disse ainda que os testes para certificar o percentual de trabalhadores contaminados pelo coronavírus, em Campo Bom, só ocorreu depois que os membros da subsede do Sintect-RS apresentaram ofício junto à Vigilância Sanitária campo-bonense: “Mandei ofício e pedimos para que os técnicos da Prefeitura de Campo Bom efetuassem esses testes, pois da empresa, não temos contrapartidas, e a higienização, ocorreu somente depois que cobramos a direção, em Porto Alegre”, aponta Luis Carlos.

O diretor do Sintect-RS explicou ainda que esse auxílio da Vigilância Sanitária ocorreu, também, por conta da sensibilidade de vereadores e lideranças políticas da cidade que ajudaram na dificuldade.