Tratamento rápido e humanizado adotado na UPA de Sapiranga faz total diferença

Sapiranga – A UPA 24 horas de Sapiranga vem atuando no limite, considerada superlotada e atendendo quase quatro vezes a sua capacidade de internações, está hoje com todos os espaços ocupados com pacientes que positivaram para a Covid-19. Toda a rede de oxigênio está sendo usada. São cerca de 700m³ de oxigênio utilizados a cada 24 horas na Unidade.
Mesmo com este cenário extremo, o atendimento rápido e humanizado com que o paciente é recebido na UPA tem feito a diferença na recuperação. “Logo que definimos a permanência do paciente aqui, sempre que necessita de oxigênio, iniciamos com o tratamento farmacológico conforme o protocolo que criamos e conforme ele receberia no hospital”, explica o médico da UPA, Pablo Paiva Regert. “Iniciamos o tratamento aqui, e se não estiver evoluindo de uma forma boa, a gente consegue modificar e ampliar. Não queremos que o paciente vá mal para o hospital”, finaliza.
De acordo com a enfermeira coordenadora da UPA, Jussara Steiger, o protocolo do tratamento farmacológico foi criado para agilizar o atendimento ao paciente. “É uma prescrição que já temos pronta. O médico só carimba, assina e acrescenta outro medicamento, caso seja necessário. Aqui temos o antibiótico, anticoagulante, dexametasona, azitromicina, salbutamol e oxigênio”, detalha Jussara.

UPA É A REFERÊNCIA

Na UPA, o paciente vem de todos os lugares, desde a Tenda Covid, até do Centro Clínico ou ainda pelo SAMU e Bombeiros. Quando o paciente chega, apresentando dificuldade respiratória, o médico avalia e já pede exames complementares. Em poucas horas, o resultado dos exames permite o início do tratamento farmacológico. Após o início da medicação, o paciente é monitorado e novos exames são realizados a cada 48 horas. Devido a superlotação e a alta chance de contágio, a equipe estabeleceu horários para os familiares dos pacientes conversarem com os médicos e receberem atualizações do quadro de saúde.

Fisioterapia pulmonar está sendo feita na unidade

O pedido é para que vá até a unidade um familiar jovem e que não tenha nenhum tipo de doença crônica. Esses atendimentos acontecem entre 14h e 18h.
O número maior de pacientes jovens é outra particularidade deste momento da pandemia. Regert, médico da UPA, enfatiza a gravidade dessa variante do vírus, que vem se apresentando desde fevereiro na região. “É bem mais grave do que a gente estava acostumado a tratar antes. A gravidade da doença é impressionante e muito diferente. Queremos resolver a situação do paciente e iniciar logo o tratamento quando ele chega”, destaca. “Estamos recebendo um número muito maior de pacientes mais jovens, sem doenças, sem comorbidades e com desfechos ruins. A gente tem perdido muito paciente jovem para uma doença que não se conhece direito. E o tratamento vem para tentarmos dar o melhor suporte”, frisa o médico.
A fisioterapia pulmonar é o outro serviço oferecido na UPA. Todas as segundas, quartas e sextas-feiras, a UPA proporciona sessões de fisioterapia pulmonar aos pacientes intermeados com Covid-19. “A fisio faz exercícios para expandir a capacidade pulmonar do paciente. Ela inicia com os pacientes que estão com máscara de Hudson, que é a modalidade mais avançada que temos na UPA. Ela orienta e eles mesmos podem fazer mais vezes ao dia”, explica Jussara. A Administração está trabalhando para que as sessões ocorram diariamente, mas vem encontrando dificuldade em localizar profissionais dispostos a atender na unidade.

Esperanças renovadas com pacientes

Mesmo com as inúmeras notícias ruins, quadros graves e profissionais exaustos, as boas notícias fazem toda a equipe se alegrar e renovar as esperanças. “A gente fica tão feliz quando o paciente ganha alta. Tínhamos dois pacientes que estavam bem graves, 52 e 54 anos. Ficaram quase duas semanas aqui e melhoraram. Foram para casa. Uma notícia boa assim nos deixa muito felizes”, pontua a coordenadora da UPA. A unidade, hoje, conta, em 24 horas, com 7 médicos, 5 enfermeiros e 15 técnicos em enfermagem.