Transferência de alunos para nova escola é discutida em Nova Hartz

Secretária Veronice apresentando projeto da Prefeitura para os pais na noite de segunda (Fotos: Melissa Costa)

Nova Hartz – Com a conclusão da escola municipal Professor Luiz Trezzi, no Loteamento da Bica, a Prefeitura também projeta para o espaço a transferência dos alunos da escola Albino Zimpel, do Morro Canudos.

Atualmente, a Emef Albino Zimpel conta com 34 alunos da Educação Infantil ao 4º ano. São duas turmas multisseriadas, ou seja, alunos de mais séries estudam na mesma sala com a instrução do mesmo professor. Antes da Prefeitura organizar a reunião com os pais, a notícia da possível transferência incomodou as famílias, que se manifestaram contrárias
à decisão do Executivo.

O prefeito Flavio Jost (PP) e a secretária de Educação, Veronice Zandoná, explicaram, em reunião ocorrida na segunda-feira (20), na sede da Albino Zimpel, os motivos que levaram à decisão da transferência. “A decisão da Administração é fechar. E o motivo é por toda proposta pedagógica, que vai ser melhor. Vamos conseguir oferecer ao aluno o que aqui não conseguimos hoje. Desde que estou na secretaria (2017), nunca conseguimos colocar um professor de Educação Física, eles não sobem até a escola por causa do deslocamento”, disse a secretária, lembrando que, além do Alemão, não há mais projetos sendo desenvolvidos porque os profissionais enfrentam a dificuldade da distância até o Morro Canudos.

QUALIDADE DO ENSINO

O prefeito Jost respondeu aos questionamentos dos pais, e citou que nunca prometeu manter a escola aberta, “mas sim, prometi qualidade do ensino, da educação. Entendo os pais, mas cabe aos profissionais da Educação avaliarem o que é melhor para os alunos”, disse ele, fazendo referência à ampla estrutura física da nova escola do Loteamento da Bica, que atenderá alunos até o 5º ano. Serão seis salas amplas, refeitório, quadra de esportes, banheiros amplos, salas administrativas, cozinha, entre outras.

MANIFESTAÇÃO NA RUA

Na manhã de segunda, antes da reunião do Executivo, um grupo de pais foi até a frente da escola do Morro Canudos e fez um ato de manifestação contra a transferência dos filhos. A mãe Gabriela Schmidt, de 36 anos, tem duas crianças matriculadas, e ressalta que é contrária em razão da história da comunidade, assim como a vida mais tranquila da localidade. “São mais de 50 anos de história da nossa escola, meus filhos já são a quarta geração da família estudando nela. Não queremos perder isso, fora que aqui onde moramos é um lugar mais tranquilo e com uma linda natureza; não queremos mudar nossos filhos de escola. O espaço precisa de melhorias, então queremos que a Prefeitura faça elas, ao invés de fechar a escola”, disse ela, reforçando a preocupação com os alunos mais pequenos, que precisariam percorrer um trajeto maior até a nova escola.

Espaço para projetos ambientais

Pela projeção da Secretaria de Educação, a transferência dos estudantes ocorre ainda neste ano. A secretária pontua que além de mais projetos, professores e espaço amplo para aulas e atividades, a nova escola conta com espaço para atividades físicas e sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Com a troca, o objetivo da gestão é transformar a Albino Zimpel em um espaço destinado à educação ambiental. “Nosso sonho, é fazer projeto ambiental, transformar em escola ambiental, com horta. Estamos mobiliando a outra escola e deixando essa equipada para logo começar a desenvolver o projeto”, explicou ela.

O assunto também envolve a Câmara de Vereadores. Após abaixo-assinado e pedidos dos pais, nesta quarta-feira (22) à noite foi realizada uma audiência pública. “Convidamos o prefeito ou um representante e nossa ideia é intermediar essa situação. Sabemos que a decisão final é da Prefeitura, mas a audiência é importante”, disse o presidente Oseias Oliveira (PSDB). Vagner Adalberto Surkampf (PSB) e Jaques Enulce Scalcon (PSDB) acompanharam a manifestação dos pais.

AUDIÊNCIA E NOVA MANIFESTAÇÃO

A pedidos dos pais, uma audiência pública também ocorreu quarta à noite na Câmara de Vereadores. As famílias novamente citaram o descontentamento e voltaram a pedir para que a escola continue funcionando. Uma nova manifestação deve ocorrer na próxima segunda e o assunto também será levado ao Ministério Público.