Trabalhadores da Paquetá demonstram insatisfação com proposta rescisória após demissões

Sindicato lamentou postura da Paquetá

Sapiranga – Pouco mais de duas semanas após demitir quase 300 funcionários, o Grupo Paquetá, o Sindicato dos Sapateiros e os próprios trabalhadores estão envoltos em uma verdadeira batalha sobre os pagamentos dos valores rescisórios.

Desde o fim de semana, ex-trabalhadores contataram o Grupo Repercussão pedindo respostas e uma posição do conglomerado calçadista de quando ocorrerão os pagamentos. Conforme interlocutores da empresa calçadista, os pagamentos das rescisões será efetuado de forma parcelada: “A primeira parcela será paga na quarta-feira (22). Além disso, os documentos das rescisões serão disponibilizados no mesmo dia”, sinalizou uma fonte da empresa.

 

Sindicato dos Sapateiros questiona valores e métodos dos pagamentos

O presidente do Sindicato, Júlio Cavalheiro, foi contundente e demonstrou insatisfação com a forma que os gestores da Paquetá conduzem o processo: “A Paquetá está trabalhando com sacanagem para cima dos trabalhadores, mais uma vez. Estão se aproveitando do momento difícil que estamos enfrentando com a epidemia para tirar direito dos trabalhadores”, disparou o sindicalista.

O representante dos trabalhadores calçadistas disse, que na primeira proposta, o Grupo Paquetá havia se comprometido a pagar 20% sobre o Fundo de Garantia (FGTS) e a rescisão seria parcelada em 24 vezes: “Mas, fizemos uma assembleia, na semana passada, e os sapateiros apresentaram uma contraproposta: que a Paquetá pagasse em 12 vezes as rescisões e pagasse 40% do FGTS, conforme estabelece a lei”, explicou Cavalheiro.

 

Surpresa e indignação

Tão logo acabou a assembleia, no dia seguinte, o Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga enviou à direção da empresa a proposta: “Em um primeiro momento, eles aceitaram, e ao invés de uma parcela de R$ 600,00 subiram para R$ 1.000,00 as parcelas, e se comprometeram a quitar os 40% do FGTS. Mas, surpreendentemente, a empresa voltou atrás e manteve o pagamento em 24 meses e 20% do FGTS. Agora, os trabalhadores não sabem o que fazer. Mas, já entramos com uma ação para embargar essas demissões, pois não aceitamos que a Paquetá se aproveite de uma situação de retirada dos direitos dos trabalhadores. Existem trabalhadores entre dez a 20 anos de empresa passando por essa situação. Agora, precisamos aguardar o posicionamento da Justiça do Trabalho, e tão logo tenhamos uma posição, vamos convocar nova assembleia e definir o rumo que iremos adotar”, disse Cavalheiro.

Fonte: Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Paquetá