The Order 1886 causa debate sobre o que é prioridade para jogadores

Balanço | Equilíbrio entre preço e experiência de jogo é objetivo dos players atuais 

A polêmica em volta do jogo de videogame The Order 1886 e sua suposta “curta duração” – de 5 a 9 horas de jogo por US$ 60 – reacendeu o debate na comunidade gamer sobre o que vale mais – a quantidade de horas jogadas, o valor que se gasta para adquirir o jogo, ou a experiência que o produto proporciona.
Eduardo Germano da Silva, de 37 anos, é proprietário da Bit’s Games, em Sapiranga, e ele próprio é um consumidor de jogos de videogame. Na Bit’s, Eduardo trabalha com vendas de aparelhos de videogames, acessórios, kits e controles, além dos jogos em si. A equipe da Bit’s também vende jogos usados, com o preço máximo de R$ 75,00. “Estamos falando de jogos que em seu lançamento custavam duzentos reais”, comenta Eduardo.
Quando questionado sobre sua opinião a respeito da duração dos jogos, Eduardo acredita que quem tem o hábito de jogar não se importa com o tempo que passa ou não jogando. “Eu, particularmente, gosto da história, da campanha do jogo. Se não tiver campanha, nem me animo para jogar. Não gosto de jogos online, que tu pode ficar jogando infinitamente”, comenta. Ele ainda faz uma defesa da mídia física de jogo. “O preço é o mesmo, mas não vem o disco, que poderia ser trocado ou vendido depois” .
Jogadora avalia o polêmico The Order 1886 
Jaqueline Ferst, 22 anos, começou a se interessar por  videogames desde cedo. “Comecei assistindo meu irmão Jovani jogando, há muito tempo atrás, quando estava na primeira ou segunda série.” Mais tarde, Jaqueline ganhou o console de videogame do irmão, um Sega Saturn. “Foi meu primeiro videogame”, diz.
Hoje, Jaqueline é dona de um Playstation 3, e tem preferência por jogos como Uncharted, The Last of Us e Bioshock. Segundo a jovem, o preço dos jogos normalmente vêm em segundo plano na hora de decidir o que jogar. “Se a história é boa, vale a pena”, diz. Porém, ela demonstra cautela ao decidir o quanto pagar por um lançamento, que desconhece. “Quando não tenho opinião formada, eu hesito um pouco na hora de comprar coisas que eu não conheço. Às vezes um trailer só não adianta”, comenta.
Na opinião de Jaqueline, o problema de The Order 1886 não é a duração propriamente dita, mas a promessa feita pelos desenvolvedores, confrontada com o produto final. ” O The Order 1886 faz uma coisa muito limitada, ao contrário de The Last of Us, onde os gráficos e a história dele são incríveis, e você tem liberdade pra andar por quase tudo, mexer em quase tudo.”
Para ela, os desenvolvedores de The Order 1886 conseguiram fazer uma coisa diferente – mas não necessariamente positiva. “Disseram que a experiência que queriam passar era cinematográfica. No jogo, tu não pode interagir com qualquer coisa, tu só vai interagir com aquilo que já está no script, com objetos que fazem parte da história. Tu não tem liberdade de explorar o mundo, o que é uma pena”, comenta