Taxa de alta hospitalar atinge 79,8% entre os positivados com coronavírus

Iara Teresinha Martins da Rocha, de 61 anos e moradora de Araricá, passou 52 dias na UTI do Hospital Sapiranga Foto: Hospital Sapiranga

Região – Um levantamento detalhado efetuado pelo Grupo Repercussão revela a taxa de letalidade da pandemia do novo coronavírus em quatro municípios (confira tabela abaixo, à direita). Mesmo com a maior crise sanitária mundial enfrentada neste século, os números das prefeituras demonstram que o índice de mortes pela Covid-19, na maioria das cidades, é menor do que a taxa de letalidade do Brasil.

Os números demonstram que, dos 2.613 casos positivos da doença, mais de dois mil se recuperaram, ou seja, 76,6% das pessoas que contraíram Covid-19. Assim, a taxa de letalidade entre os municípios de Araricá, Campo Bom, Nova Hartz e Sapiranga está em 2,37% (a média nacional é de 3,3%). Araricá, com 45 casos confirmados e três óbitos, eleva a estatística.

Desde o início da pandemia até agora, os hospitais Lauro Reus e Sapiranga registraram 230 internações, sendo que, deste total, 182 pessoas receberam alta, e infelizmente 48 pessoas acabaram não resistindo às consequências do coronavírus, ou seja, 20,9% do total.

Relatório hospitalar

LAURO REUS
99 internações
81 altas
18 óbitos
18,2% de letalidade

HOSPITAL SAPIRANGA*
131 internações
101 altas
30 óbitos
22,9% de letalidade

* desde a abertura da UTI, em junho

Diretor técnico do Hospital Sapiranga cita treinamento fundamental repassado

O clínico geral e diretor técnico do Hospital Sapiranga, Eduardo Baibich Melnick, reforça que o êxito pelo número de pessoas recuperadas possui relação ao preparo, treinamento e capacitação que os profissionais da instituição receberam, ainda em março: “Começamos a nos preparar lá em março. Adequamos fluxos internos, equipamentos de proteção, de atendimento, salas, equipes e reforçamos a capacitação para o atendimento de casos mais graves”, relembra.

Estatística da pandemia nos municípios da região

CAMPO BOM
Total de casos: 1.441
Recuperados: 1.024
Óbitos: 31
Letalidade: 2,15%

SAPIRANGA
Total de casos: 937
Recuperados: 639
Óbitos: 25
Letalidade: 2,67%

NOVA HARTZ
Total de casos: 190
Recuperados: 171
Óbitos: 3
Letalidade: 1,58%

ARARICÁ
Total de casos: 45
Recuperados: 32
Óbitos: 3
Letalidade: 6,66%

Letalidade do PAÍS
3,3% é a taxa nacional
de letalidade

Letalidade LOCAL
2,37% é a taxa local nas quatro cidades

Fonte: Prefeituras até 11/08

Desafios

Uma das preocupações da direção era o atendimento dos pacientes com síndrome respiratória aguda: “Adequamos os treinamentos para que todos se familiarizassem com os casos, com os equipamentos e como o tratamento do paciente com a Covid é diferente”, pondera Eduardo, reforçando que esses cuidados foram decisivos quando os pacientes começaram a ocupar os leitos Covid.

Eduardo admite que, entre os pacientes mais graves, há uma mortalidade alta: “Poucos acabam na UTI. A grande maioria volta para casa e suas famílias e estamos bem orgulhosos do trabalho que está em execução”, valoriza Eduardo.

Diretor faz avaliação

O médico e diretor técnico do Hospital Dr. Lauro Reus, Thiago Serafim, analisa o combate à pandemia: “A maioria dos casos da Covid-19 evoluem em sintomas leves e brandos, que não necessitarão de internação. A minoria evolui para Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), necessitando de internação, suporte respiratório e medicação intravenosa. E é para esses casos que o hospital está pronto. Desde o início, recebemos 120 casos suspeitos de coronavírus e insuficiência respiratória. Destes, 80 atestaram positivo e conseguimos devolver a imensa maioria aos seus familiares. Infelizmente, registramos 18 óbitos, em que a equipe lutou até o final, até onde foi possível para recuperar esses pacientes, mas, infelizmente, a mortalidade da doença é conhecida. Agradeço à todos os profissionais de saúde que lutam direta e indiretamente com o vírus. Muitos adoeceram, se recuperaram e voltaram, mas muitos colegas, sucumbiram à doença. Deixo registrado esse agradecimento a esses valorosos profissionais que têm contribuído para que a imensa maioria dos pacientes que são internados no hospital saiam e voltem às suas atividades”, pondera.