SüdMetal ainda deve direitos trabalhistas para ex-funcionários

Litígio judicial | Dezenas de trabalhadores aguardam recebimento de direitos trabalhistas não pagos

Região – Uma das grandes empresas que Sapiranga possuía em seu território até 2014 – a Hahn Ferrabraz, que depois mudou de nome para SüdMetal – continua gerando dor de cabeça para os seus ex-funcionários. Isso porque os cerca de 400 trabalhadores que dedicaram uma vida à empresa, ainda não receberam os seus direitos trabalhistas como férias, FGTS, entre outros encargos. O processo – que tramita em segredo de justiça – ultrapassa a casa dos R$ 30 milhões em débitos trabalhistas e outros R$ 200 milhões em tributos.

Recentemente, a empresa voltou ao noticiário em nível nacional em duas oportunidades. Primeiro, o Ministério Público Federal (MPF) condenou o presidente do Grupo SüdMetal, Renato Real Conil, pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documentos falsos e sonegação de impostos federais. Em julho de 2016, a empresa voltou a ser notícia depois que o pedido de falência foi acatado pela juíza Marluce da Rosa Alves.

Mesmo com estes novos procedimentos na esfera jurídica, os trabalhadores precisarão aguardar mais alguns meses para receberem seus vencimentos a que possuem direito. O administrador judicial da SüdMetal, Clóvis Roberto de Freitas, revela que o leilão dos bens da empresa iniciou há poucos meses atrás. “O próximo leilão será no dia 24 de novembro, em Gravataí. Serão leiloados bens como equipamentos diversos, máquinas operatrizes entre outros itens”, esclarece Clóvis. O leilão dos bens da Unidade de Sapiranga ainda não possui uma data para ocorrer. “Espero que ocorra entre março e abril de 2017”, projeta.

Ex-funcionários comentam angústia em aguardar pagamento de direitos

Erton Mello, de 57 anos, trabalhou por 36 anos na empresa. O moldador manual chegou a trabalhar nos três turnos durante o período da sua vida que dedicou à empresa. “O trabalho era pesado. Nos últimos três anos, nem as férias ganhamos. Hoje estou aposentado, mas o dinheiro da aposentadoria não é suficiente, pois pago aluguel e ainda uma pensão para minha ex-esposa. Durante um turno de trabalho na Hahn Ferrabraz, caiu um peso de ferro de 100 quilos no meu pé. Sofro com as sequelas disso até hoje”, recorda o aposentado, citando que sua dívida trabalhista ultrapassa a cifra de R$ 200 mil.

Quem também não viu a cor dos direitos trabalhistas é o colombiano Flávio Cortes, de 53 anos. “Foi muito ruim quando fecharam a empresa. Fiquei três anos e meio na SüdMetal e nunca recebi FGTS. Meu nome sequer constava no cadastro de trabalhadores”, protesta. Atualmente, Flavio atua em outra empresa, mas necessita se deslocar, diariamente, para Montenegro. “Minha indenização gira em torno dos R$ 40 mil. É difícil viver assim. Tenho esposa e seis filhos. Tenho esperanças que a gente receba logo o dinheiro que é o nosso direito. Está sendo muito difícil recomeçar”, comenta.

Quer ler o restante desta notícia? Assine a edição impressa do Jornal Repercussão. Ligue para: (51) 3064-2664