Sob efeito do decreto da Prefeitura de Campo Bom, necessidade de atendimento médico no hospital e no PA cai pela metade

Foto: Daniela Moraes/PMCB

Campo Bom – No primeiro fim de semana de vigência do decreto municipal estipulando multa a quem promover aglomerações e recomendando evitar circulação nas ruas depois das 21 horas, moradores atenderam as recomendações da Prefeitura. Tudo para evitar o aumento de casos de coronavírus que sobrecarregam o setor de Saúde. Durante todo fim de semana, equipes de fiscalização perceberam menos gente nas ruas, especialmente em espaços públicos como Parcão e Largo Irmãos Vetter, locais que tradicionalmente são escolhidos por campo-bonenses para reunir a família ou os amigos. Quem insistiu em promover aglomeração sentiu no bolso com a cobrança de multa prevista em decreto editado semana passada. O fôlego veio para o setor de Saúde. Os atendimentos no Hospital Lauro Reus tiveram queda de 50% de sexta a domingo em relação ao final de semana anterior. No Pronto Atendimento 24 horas, a redução na média diária foi de 40%.
O prefeito Luciano Orsi afirma que a população respondeu positivamente às decisões da Prefeitura para conter o avanço da Covid-19 no município. “Muitas medidas foram tomadas. Medidas amargas que muitas vezes não gostaríamos de ter tomado, mas temos certeza que o cidadão compreende. Quero agradecer a população que respondeu muito bem. Foi um final de semana de menos pessoas nas ruas, e isso, com certeza, já vem se refletindo em uma melhora na Saúde”, afirma Orsi, lembrando que os dois fins de semana anteriores foram muito difíceis. “Esperamos que logo em seguida superemos esse momento mais crítico, mas, no momento, é hora de empatia, é hora de lutarmos não só por nós, mas por aqueles que a gente ama”, reforça.

INVESTIMENTO – Desde março, quando foi confirmado em Campo Bom o primeiro caso de coronavírus do Estado, a Prefeitura investe em uma forte estrutura para atender a população. O coordenador médico do Pronto Atendimento (PA), Marcio Schafer, conta que, no final de semana retrasado, a média de atendimento diário foi de 200 pacientes. “Isso é algo incalculável. Muitos pacientes com contatos familiares, dentro de uma socialização, coisas que estamos, insistentemente, pelo bem de todos, pedindo para que não ocorra. Mas de sexta-feira até domingo, (já com o decreto em vigor) tivemos uma média diária praticamente a metade de semanas anteriores, e creio que a gente está conseguindo conscientizar a população”, afirma. Os efeitos no PA são sentidos na estrutura hospitalar.

“Vamos vencer mas precisamos ainda muito do coração, da empatia de cada um”, diz Orsi
O diretor técnico do Hospital Lauro Reus, Thiago Serafim, lembra que o atendimento na casa de saúde está diretamente ligado ao Pronto Atendimento. O fim de semana retrasado foi desafiador com sete pacientes precisando de internação, dos quais quatro necessitavam de UTI. “Liguei para o prefeito apavorado com a situação que nos assustou muito. Nem os grandes hospitais estão preparados para uma demanda tão grande”, diz. Hoje o hospital conta com vários leitos de retaguarda com ventilação mecânica e esta semana serão abertos mais cinco leitos com essa estrutura para poder dar um suporte à UTI. São ambientes em que se assegura ao paciente todo o tratamento de UTI até que o Estado disponibilize leito pela Central de Regulação. “O problema da Covid não é do Município ou do Estado; é do Brasil inteiro. A gente precisa de ajuda da comunidade, que se conscientize em lavar as mãos, usar álcool em gel, não aglomerar. A gente sabe que um infecta vários. Covid, antes, era apenas números na tevê; hoje, é nome de familiares, de amigos. É uma causa que é de todo mundo, não só do prefeito como gestor, nossa como médicos, mas da comunidade inteira e a gente vai passar por isso”, comenta.

O prefeito reforça que notícias como as do fim de semana representam um alento a todo trabalho desenvolvido pela Prefeitura desde março. “Vamos vencer essa pandemia da Covid mas precisamos ainda muito do coração, da empatia de cada um, pensando além de si próprio, pensando nos outros. A doença ensinou o mundo inteiro que precisamos ser solidários, empáticos e pensar coletivamente”, reforça Orsi.