Sítio Bela Hu, em Sapiranga, tem no pêssego a principal fonte de renda para a família Lutz

Fotos: Bruno Morais

Um ex-industriário e uma ex-professora; foi assim que começou a agricultura no sítio Bela Hu, em Sapiranga. Silvino Lutz e Marcia Lutz iniciaram em 2012 uma nova fase, a do cultivo de frutos e da criação de alguns animais.

 

Com muito apreço por certos alimentos, o casal iniciou o plantio com o pêssego, fruta pela qual Silvino possui preferência, como o próprio diz. Desde que começaram os trabalhos no sítio, Marcia e o marido realizam tudo sozinhos, sem a participação de ninguém na colheita ou no plantio das mudas. “Nós queremos ser responsáveis pelo que produzimos. É um trabalho em dupla no qual cada um tem a sua parte”, comenta Marcia, explicando que passar atribuições para outros poderia implicar no nível de qualidade que desejam entregar aos clientes. A banca disponibilizada na feira não dá conta de escoar toda a produção, principalmente no mês de outubro de cada ano, fazendo-se, então, necessário buscar clientes no comércio local.

A Feira do Agricultor de Sapiranga é onde a exposição e a comercialização dos alimentos de Marcia e Silvino é realizada. No local, a responsável pelas vendas é a esposa, enquanto o marido executa a função de agricultor, realizando o plantio e a colheita das frutas.

Os animais também são importantes para o casal

Além de pêssegos, figos, amoras e cítricos, o sítio conta com alcachofras e cana-de-açúcar, assim como ovelhas, galinhas e abelhas.

Apesar de não realizar a comercialização das galinhas e das ovelhas para o abate, os animais servem, assim como as frutas e demais alimentos, como fonte de renda para Silvino e Marcia.

Os ovos das aves são comercializados, mas conforme cita Silvino, elas não passam o dia no galinheiro, possuem uma área externa onde diariamente tomam um “banho de sol”, ou seja, as galinhas vivem de forma mais natural.

A utilidade da ovelha é diferente para o casal. As fêmeas são vendidas para a procriação, enquanto os machos servem de alimento para o casal Lutz. As abelhas, por fim, produzem o mel, que é comercializado na feira do agricultor.

Além do plantio, do mel e dos ovos, alguns outros alimentos são utilizados por Marcia para comercialização.
Cucas, pães e biscoitos fazem parte da produção da família no Sítio Bela Hu, de Sapiranga.

De volta as origens do campo

Apesar da preferência dos vizinhos e dos moradores em geral de Bela Hu, Silvino e Marcia Lutz não realizam o plantio da Acácia-Negra, árvore de comercialização costumeira da região. O motivo se dá pela preferência do casal: lidar com as plantas e com os alimentos e fazer isso por conta própria.

Silvino nasceu e foi criado no interior de Sapiranga. Seus pais eram agricultores e cultivavam principalmente a batata-inglesa. Diante disso, o hoje patriarca da família Lutz, manteve a paixão pela agricultura e decidiu, anos antes de se aposentar na indústria, empreender na agricultura. A esposa, Marcia Lutz, não tinha muito apego a área, mas foi junto com o marido nesta transição da zona urbana para o meio rural e encontrou, nos meios de produção de pães, cucas e diversos, o afeto pela agroindústria.