Setembro será decisivo se haverá ou não reajuste tarifário nos ônibus de Campo Bom

Campo Bom – Foi protocolado na Prefeitura pelo Consórcio Coletivo Campo Bom (CCB), em maio, o cálculo técnico do reajuste tarifário a ser aplicado no transporte público de passageiros a partir deste ano. Pelo levantamento que leva em consideração as despesas com combustíveis, encargos sociais, insumos e custos fixos que impactam o fluxo financeiro do Consórcio, o estudo mostrou que seria necessário uma tarifa de R$ 4,69.

Porém, o Repercussão apurou que nas primeiras conversas dos integrantes do CCB com membros da Prefeitura, o valor de R$ 4,69 assustou os membros da Administração, pois resultaria em um aumento de R$ 1,39 de uma vez, ou seja, elevação superior a 41% na tarifa que hoje é de R$ 3,30.

Com um fluxo anual de 50 mil passageiros por ano, o Consórcio Coletivo Campo Bom está, verdadeiramente, em um brete. Se o Conselho Municipal dos Transportes aprovar um eventual aumento da tarifa, fatalmente, haverá redução na já combalida estatística de passageiros. Por outro lado, se o atual preço de R$ 3,30 for mantido, o prejuízo que continuará se acumulando, desestimulará a continuidade no atual padrão do transporte ofertado no município.

O atraso na definição do novo valor da tarifa implica ainda no adiamento do percentual de reajuste do acordo coletivo, atrasado desde julho.

Prefeitura solicita cálculo alternativo ao consórcio que propõe valor 100% subsidiado

O Repercussão foi até o escritório do Consórcio Coletivo Campo Bom (CCB) e conversou com os responsáveis pelas empresas Viação Campo Bom (Altemar Nunes da Silva) e da Stadtbus (Fabrício Oliveira Narcizo). “O consórcio CCB não deseja o reajuste elevado da tarifa para R$ 4,69, pois inviabilizaria o prosseguimento do serviço. Assim, atendendo uma solicitação do Poder Público, reformulamos os cálculos tarifários e chegamos no valor de R$ 4,18. Porém, para esse valor ser aplicado, o município precisaria adotar uma série de medidas, sendo a principal delas, subsidiar 100% da tarifa para os idosos, estudantes (uma pequena parcela de 2.500 estudantes ainda não possui a passagem subsidiada) e os portadores de necessidades especiais com acompanhantes”, revela o diretor Fabricio Oliveira Narcizo, reafirmando que a Prefeitura possui no gabinete do prefeito, desta forma, duas propostas: uma de R$ 4,69 (sem subsídios) e outra de R$ 4,18 (com subsídio total de 100% para idosos, estudantes, pessoas com deficiência e acompanhantes).

Patamares elevados não, diz Orsi

No entendimento dos integrantes do Consórcio Campo Bom, a Prefeitura possui fluxo de caixa e recursos financeiros para subsidiar o valor da passagem em 100%. “Por esse caminho, do subsídio, será possível efetivar o reajuste com um impacto menor ao usuário. Seria algo aproximado entre R$ 30.000,00 a R$ 35.000,00 mensais que a Prefeitura teria que desembolsar para conceder o subsídio integral da passagem aos idosos, estudantes e pessoas com deficiência e acompanhantes”, explica Fabricio.

Nos próximos dias, encontros entre os membros do CCB, Prefeitura e o Conselho Municipal de Transportes deverá definir o rumo que o tema do reajuste tarifário seguirá. “Porém, ainda não temos nenhuma agenda programada com os integrantes da Prefeitura e do Conselho para as próximas semanas”, esclarece o membro do Consórcio CCB, Fabricio Oliveira Narciso.

Atualmente, o Consórcio CCB possui oito linhas, 12 ônibus rodando e um reserva. Somando as duas empresas (Stadtbus e Viação Campo Bom) são 12 funcionários. O custo mensal do consórcio é de R$ 144 mil reais na manutenção, conservação e operação do transporte público de passageiros. Em contato com a Prefeitura de Campo Bom, a Prefeitura explicou que ainda não se manifestará, pois novos encontros para tratar do tema estão com encaminhamentos em andamento.

Por sua vez, o prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, fez o seguinte esclarecimento ao Repercussão. “Sobre o transporte coletivo não definimos ainda a manutenção dos subsídios. Mas, com toda a certeza, não irá para esses patamares. Hoje, a tarifa é de R$ 3,30”, relembrou Luciano Orsi.