Setembro Amarelo: Precisamos falar sobre isso, por Rogéria Leal Renz

Reportagem Especial: Leonardo Oberherr

Região – A campanha do Setembro Amarelo serve como um alerta sobre a importância de falar sobre o suicídio como forma de prevenção e de saúde pública. Apesar de tantas campanhas de prevenção, acesso à informação e serviços de acolhimento, esse tema ainda é abordado com desconforto e muitas vezes silêncio. Para esclarecer e incentivar sobre a necessidade de falarmos sobre o suicídio, essa campanha deve ser incentivada no mês de setembro e nos demais meses do ano.

Estatísticas apontam uma maior incidência de suicídios entre os adolescentes, idosos, pessoas que estão lidando com perdas (diversas formas de luto), profissionais da saúde, pacientes com doenças crônicas, pacientes com transtornos psiquiátricos, entre outros. Mesmo tendo como referência, mas não como regra essa população, a prevenção acontece quando conseguimos identificar comportamentos e sintomas que podem sinalizar uma ideação suicida, desde uma fala sem perspectivas de futuro, uma desesperança que, infelizmente, pode ocorrer em qualquer faixa etária e em diferentes fases da vida de qualquer pessoa.

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A depressão surge como uma doença muito prevalente, quando se fala em suicídio. Traz sofrimento e prejuízos, podendo abranger todas as áreas, desde social, familiar e profissional. Os pensamentos negativos a respeito de nós mesmos (autocrítica), do mundo (negatividade generalizada) e de nosso futuro (desesperança) formam uma tríade negativa, que retroalimentam o humor deprimido, mantendo o ciclo da depressão. Esse padrão de pensamento mantém as distorções cognitivas negativas sobre sua vida e capacidade de melhora. É um momento muito perigoso, onde familiares e amigos devem estar atentos para direcionar um melhor tratamento e acolher a pessoa.

Os principais sintomas que podemos observar nas pessoas são tristeza, angústia, desânimo e apatia, desesperança, falta de energia, desvalor ou culpa excessiva, dificuldades de concentração ou tomada de decisões, e muitas vezes, ideações suicidas. Podem surgir sentimento de culpa e a percepção de que está decepcionando seus familiares e amigos. Podem tornar-se irritadas e ansiosas além do habitual e excessivamente críticas consigo mesmo e com as demais pessoas de seu convívio. Há uma falta de energia que torna difícil o engajamento em atividades. Podem aparecer sintomas físicos associados, como insônia, alterações de apetite, cansaço, além de pensamentos de desvalor.

Importante lembrar que a pessoa que atenta contra sua própria vida, na verdade não quer morrer, mas na sua interpretação aparece como uma única maneira de acabar com seu sofrimento. Portanto, quando os familiares ou a própria pessoa perceber alguns desses pensamentos deve procurar ajuda com urgência, falar sobre os sintomas, buscar orientação e tratamento, até que as melhoras se consolidem.

Conversar com uma pessoa de sua confiança, estar ciente que procurar ajuda é sinal de coragem e não de fraqueza. Sabemos que conversar, desabafar, escutar outra interpretação do que achamos tão difícil lidar naquele momento, nos apontará outras formas de encarar os problemas. Procure ajuda, ela está perto de você. Busque informação e tratamento.

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