Setembro Amarelo: Necessita de apoio? Psicólogo destaca qualidade e quais os caminhos para ter acompanhamento gratuito pelo SUS

Reportagem: Leonardo Oberherr

Região – Hoje quem precisa de tratamento possui inúmeras oportunidades gratuitas para encontrarem apoio psicológico, e contra o suicídio. Em Sapiranga, o Dr. Filipe Campani, psicólogo da Rede Pública de Saúde comenta um pouco sobre o atendimento público às pessoas com transtornos psicológicos e dá dicas sobre como conseguir o atendimento gratuito: “Aqui no município, o atendimento pode ser realizado em qualquer unidade de saúde. A pessoa pode procurar um clínico geral, e, se preciso, ele encaminhará para o psicólogo em alguma das unidades da cidade que possuem o serviço, que são, hoje os postos dos bairros Oeste, Centenário, Centro, Amaral Ribeiro e São Luiz. Além do CAPS, o Centro de Atendimento Psicossocial.

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A diferença do CAPS para as demais Unidades é que lá possui o atendimento de ‘portas abertas’ para as pessoas que necessitem atendimento imediato e se encontram em situação de risco”. Filipe ainda traz dados acerca dos grupos de pessoas que mais cometem suicídio: “As taxas mais altas de suicídio estão entre as pessoas de 19 a 25 anos e acima dos 65 anos. O fator determinante é um número bem elevado de pessoas com transtorno mental. Cerca de 90% das pessoas que cometem suicídio tem algum tipo de transtorno”.Filipe destaca também a importância de entender e ajudar as pessoas com potencialidade suicida: “Estudos apontam que cerca de 40% das pessoas que cometem suicídio buscaram apoio até uma semana antes do fato. Quem fala sobre suicídio realmente planeja se matar. Se alguém falar pra ti que quer morrer, não devemos desviar do assunto, e se tiver em dúvida, ou suspeitando de alguém, não tenha medo em perguntar: ‘Você está pensando em se matar?’ Essa pergunta não pode ser tabu, ela precisa ser feita”.

Setembro Amarelo

Para promover a valorização à vida, a iniciativa do Setembro Amarelo foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O mês foi escolhido porque desde 2003, o dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.

Apoio pelo fone 188

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma das ONGs mais antigas do país. Fundado em São Paulo em 1962, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188, e também por chat, e-mail e pessoalmente.

A entidade realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre a ligação gratuita.

Hoje, cerca de 3 mil voluntários, em mais de 110 postos, prestam serviço voluntário e gratuito 24 horas por dia, nos 365 dias do ano, aos que querem e precisam conversar sobre seus sentimentos, dores e descobertas, dificuldades e alegrias. De forma sigilosa e sem julgamentos, o voluntário do CVV busca ouvir aquele que liga com profundo respeito, aceitação, confiança e compreensão, valorizando a vida e, consequentemente, prevenindo o suicídio.

O que fazer ao encontrar um suicida?

Segundo informações colhidas e divulgadas pelo Ministério da Saúde, as indicações caso você encontre uma pessoa com risco de suicídio, é:
– Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.
– Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.
– Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa
– Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
– Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.

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