Separação do lixo orgânico em troca de mudas

Campo Bom – A separação do lixo é um assunto discutido há anos. Mas em Campo Bom foi encontrada uma forma alternativa para incentivar a população a separar seu lixo em casa. Conforme o secretário do Meio Ambiente, João Flávio Rosa, o Projeto Floração existe desde 2009, mas em 2017 ele foi reformulado. “Fizemos um diagnóstico dos nossos resíduos – lixo urbano – percebemos que o nosso maior desafio era o resíduo orgânico – restos de verduras, frutas, alimentos -, pois hoje a maioria da população não faz a separação correta”, comentou.

O antigo projeto fornecia mudas de flores para quem separava materiais recicláveis como plástico, vidro e latas. Contudo, foi visto que Campo Bom produzia mensalmente mil tonelada de lixo. Destes, 55% eram compostos orgânicos. Em busca de diminuir os impactos causados pela separação incorreta, o Projeto Floração foi reformulado.

Com o novo nome Floração Hortas Urbanas, o projeto passou a incentivar a separação correta do lixo. A população separa seus resíduos orgânicos e consegue trocar por hortaliças. A nova fórmula, além de permitir a diminuição dos resíduos produzidos pela população, trouxe mais qualidade de vida, pois muitas pessoas passaram a desenolver, em casa, produtos orgânicos – sem a utilização de pesticidas. Além disso, o cultivo, muitas vezes, é uma forma de terapia alternativa.

Material orgânico por mudas

O Projeto Floração recebe resíduos orgânicos em troca de mudas de hortaliças, chás e temperos. A troca é realizada no Espaço Floração – Av. Bibiano Trott, s/nº, esquina com a Av. dos Estados, atrás do Parcão – em quartas-feiras das 9 às 11 horas e das 14 às 16 horas e aos sábados das 9 às 11 horas.

A cada balde de 2 a 5 litros de resíduos orgânicos entregues você recebe 6 mudas, balde de 10 a 20 litros ganha 15 mudas, após 10 entregas é dado uma composteira de galão para ampliar o incentivo à produção de hortas urbanas.

Conforme explicado pelo secretário, a intenção não é criar grandes compostagens e, sim, incentivar a população a separar o seu lixo e produzir as suas hortaliças. “Depois que a pessoa passa a levar três, quatro vezes o composto no Floração ela vai parar, em razão que ela terá que produzir a compostagem para a sua própria horta”, explico João Flávio.

Compostagem

Misture restos dos alimentos com dua partes de serragem ou folhas secas. Não compacte os resíduos, mexa sempre que possível para oxigenar.
Mantenha o composto coberto por uma camada de palha ou folhas, evitando a atração de moscas e insetos indesejados.
Caso atraia moscas, coloque um pouco de cinzas de fogueira ou fogão a lenha.
O composto leva de dois a três meses para ficar pronto. Depois deste período pode ser misturado com terra e usado de adubo.
O que pode ser compostado? Cascas, folhas, sementes, erva mate, pó de café, guardanapos e papel toalha, casca de ovos, pedaços de frutas, legumes e verduras.
O que não deve ser compostado? Comida cozida ou assada, carne, materiais que não apodrecem (plástico, vidro, entre outros).

Incentivo na escola

O projeto tem uma forte ligação com as escolas, incentivando os alunos a fazer a separação correta. A compostagem feita no Floração já foi utilizada em escolas, e há o incentivo direto para que cada uma produza a sua compostagem para a criação de hortas e conscientização ambiental.

Neste sábado (24), haverá um curso para compostagem no Florecer. “Pensamos em abrir vagas para 25 a 30 pessoas. Quando percebemos já estávamos com mais de 100 inscrições, tanto que tivemos que encerrar elas antes do previsto”, destacou João Flávio.

Texto: Bruna Bertoldi           Fotografia: Fernanda Hescher/Prefeitura de Campo Bom