Sapiranguenses conquistaram casa própria de forma cooperativada

Sapiranga – O sonho da casa própria para milhares de pessoas que vieram do interior do Estado ou naturais de Sapiranga e da região, conquistaram o tão sonhado lugar para conviver em família através de iniciativas cooperativadas na área da habitação. Entre a virada da década de 1990 e o ano 2000, ao menos 875 famílias conquistaram um lugar para morar através de associações ou entidades voltadas para a viabilização de loteamentos habitacionais populares.

E uma das entidades que lideraram esse processo de transformação da realidade social de milhares de cidadãos foi a Associação dos Inquilinos do Município de Sapiranga (AIMUS) – que mais tarde mudaria o nome para Cooperativa Habitacional de Inquilinos de Sapiranga (Coohapi), assim, se enquadrando em uma nova realidade estadual estabelecida à época pelo Governo Estadual.

À frente desta verdadeira luta pelo direito à moradia digna esteve o atual vereador, Egon Kirchheim. Em 1991, antes de vir morar em Sapiranga, Egon era agricultor no município de Dr. Maurício Cardoso, região Noroeste do Estado. “Nessa época, fui dirigente de uma cooperativa habitacional que possuía 12 mil associados. Quando cheguei aqui, pagava aluguel em uma casa de parede de meia”, recorda.

Primeiro loteamento saiu em uma antiga área da Ligia Calçados

Ao recordar das dificuldades impostas pela realidade econômica da época, Egon começou a mentalizar que era possível usar o exemplo vivenciado em Dr. Maurício Cardoso, também em Sapiranga.

“Comecei a pensar, se comprássemos uma área de terra e dividíssemos em lotes, estabelecendo um valor para cada um pagar, seria uma ótima saída para cada trabalhador(a) ter um local para morar”, reviveu Egon, lembrado que na época não sabia as regras para implantação de loteamentos e a necessidade de seguir legislações. “A primeira reunião eu fiz na minha casa. Logo, o grupo de interessados aumentou e necessitei solicitar o salão da Igreja Católica do Centenário”, relembra.

Relembrar o passado de lutas, fez Egon puxar da memória verdadeiras quedas de braço com imobiliárias e políticos até conseguir vencer as restrições e entregar o primeiro loteamento, em uma antiga área da Ligia Cia Industrial de Calçados.

Modelo deu certo e foram outros três loteamentos

Depois de implantar o loteamento de 252 na Rua José do Patrocínio, no bairro São Luiz, a AIMUS e Egon foram os protagonistas de um segundo loteamento, também em uma área de terras do Ligia, desta vez, com 193 lotes. Após essa segunda área, a AIMUS liderou a implantação do Loteamento Vitória, com 430 lotes, e agora entre 2010 e 2016, o Loteamento Liberdade, na Travessão Ferrabraz, com 320 lotes.

Foto: Reprodução