Sapiranga registra duas ocupações irregulares

Moradia | Uma está no bairro Amaral Ribeiro e outra no São Jacó


Sapiranga – Depois de enfrentar a invasão do Centro Administrativo na segunda-feira (8) e ter que suspender o atendimento externo na terça-feira (9), a Prefeitura voltou a atender os contribuintes e fornecedores na quarta-feira (10). Integrantes do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direito (MTD) estiveram acampados em frente da Prefeitura, mas deixaram o local em razão da chuva na quarta-feira (10). Eles ainda têm a expectativa de serem recebidos por Corinha. “Tentamos cadastrar as famílias por três vezes e fomos barrados. A última tentativa ocorreu na quarta (10) e novamente não houve sensibilidade do movimento”, esclarece a prefeita. Corinha informa ainda que sem o cadastro e levantamento técnico-social de quem integra o movimento, não há como ajudar as famílias.
Tanto a prefeita como a Secretaria de Habitação informam que estão abertos ao diálogo. “Mas, queremos que as famílias que realmente precisam das moradias nos procurem”, reforçou a prefeita. “Até agora, nenhuma pessoa ligada ao MTD me procurou na secretaria”, revelou o secretário de Habitação de Sapiranga, Jorge Borges, o Jorginho.
Prefeitura expõe supostas irregularidades da gestão passada
Além de apresentarem quais os projetos estão em andamento na área de habitação em Sapiranga, a prefeita e os secretários revelaram supostas irregularidades na gestão passada. “Temos uma comissão que encontrou fraudes na concessão de moradias populares. De 433 moradias, mais de 100 casas, os técnicos sequer encontraram os endereços. Agora, o governo estadual está cobrando a prestação de contas e não existem nem mesmo notas fiscais. Entregaremos o caso para o Ministério Público”, destaca a prefeita Corinha.
Movimento político
Depois de invadirem o Centro Administrativo na segunda-feira (8), a Prefeitura obteve um pedido de interdito proibitório, vedando nova invasão. Caso o movimento descumpra a determinação, poderá ser multado em R$ 3 mil por dia. Na quarta-feira (10), após receberem a determinação judicial, as pessoas que integram o movimento cederam, e agora, permitem o ingresso de contribuintes no prédio da Prefeitura. A Brigada Militar está presente no local e acompanha a movimentação dos manifestantes.
Também na quarta-feira (10) a prefeita Corinha Molling, ao lado do secretário de Assitência Social, Roberto Ornes e do secretário de Habitação, Jorge Borges, disse que o movimento ganhou caráter político. “Estamos percebendo que lideranças de sindicatos, como o dos Metalúrgicos, estão dando suporte a este grupo. E todos sabem que estas pessoas são do Partido dos Trabalhadores (PT)”, cita.

Entenda todo o caso
Desde o dia 1º de maio, dezenas de famílias ocuparam uma área de terras que pertence à família Molling. No dia 28 de maio, a juíza Káren Rick Danilevicz Bertoncello, da 2ª Vara Cível de Sapiranga, determinou que as famílias deixem o local e estabeleceu como data limite a quarta-feira (10) de junho. Porém, conforme Juliane Camargo, integrante do MTD, se as famílias tiverem que deixar a área de terra ainda nesta semana, toda a ocupação irá para a frente da Prefeitura.