Sapiranga agora conta com núcleo voltado à oncologia

Iniciativa | 24 pacientes foram atendidos em menos de um mês

Sapiranga – Monitorar, avaliar e acolher todo paciente com câncer do município. Essa é a missão do NAPOS – Núcleo de Apoio ao Paciente Oncológico de Sapiranga, iniciativa da Secretaria da Saúde. Em menos de um mês, o NAPOS conseguiu tratamento para 24 pacientes em estado de saúde grave e fez o encaminhamento de mais 40 pacientes que também necessitavam de atendimento.
A medida da Secretaria de Saúde vem para adequar o atendimento aos pacientes oncológicos, que anteriormente tinham como única opção o antedimento pelo Estado via sistema AGHOS, que encaminhava os pacientes para serem assistidos em Porto Alegre, conforme as vagas iam surgindo. Porém, a espera enfrentada pelos pacientes, após darem entrada no sistema, era longa. “Uma das coisas mais perversas do AGHOS é o tempo de espera. Tínhamos pacientes na lista que estavam aguardando atendimento há dois anos. O paciente mais recente estava na lista por 10 meses. Sendo justo, a oncologia pediátrica ia rápida. Cabe lembrar que temos uma lei que um paciente oncológico deve ser atendido em sessenta dias”, comenta o secretário de Saúde de Sapiranga, Emerson Leite.
Uma alternativa seria encaminhar os pacientes para Taquara, para serem atendidos pela Clínica Oncoprev. Porém, por não atenderem o requisito de realizar 55 cirurgias por mês, o centro não é um serviço credenciado pela União ou pelo Estado. “O Estado queria cortar o convênio que tinha com eles, por não atingir esses 55 pacientes, mas o Estado também não deixava eu encaminhar meus pacientes para Taquara”, comenta Emerson Leite. “Aí a gente se rebelou, fomos em Taquara, visitamos a clínica e começamos então a encaminhar os pacientes”. Assim, os pacientes agora são assistidos pela equipe do NAPOS, que os encaminha para serem antedidos em Taquara.  
Solução
O vereador Sandro Seixas (PP), que ocupa, pelo terceiro ano, o cargo de presidente da Comissão de Saúde do município, comenta que fazer com que a referência de Sapiranga para encaminhamentos seja Taquara é uma briga antiga sua. “Faz tempo que bato nessa tecla, tanto no plenário como indo à Secretaria de Saúde do Estado, cobrando uma solução. É uma grande conquista, que infelizmente teve que vir do município, já que não podemos esperar nada do Estado. A Secretaria de Saúde está de parabéns”.  
Paciente aprova a assistência prestada em Taquara
Marilaine Bonfim, de 35 anos, é uma das pacientes que está em tratamento pelo NAPOS. “Tenho câncer no útero, em estágio avançado, em que não tem como fazer cirurgia. Por isso, preciso fazer quimioterapia e radioterapia”. Marilaine conta que foi bem tratada em Taquara, onde começou suas sessões de quimioterapia nesta terça-feira (28). “Fiquei 15 dias esperando para me informarem quando seria atendida em Porto Alegre, o que é uma demora que não poderia acontecer”, conta.
Através do NAPOS, pacientes como Marilaine têm acesso a uma assistente social, uma nutricionista, um psicólogo e uma fisioterapeuta, para fazer o acompanhamento e prestar auxílio no que for necessário.
Com o NAPOS, secretário busca evitar que mortes se repitam
“Quando começamos a encaminhar os atendimentos, havia uma lista de 27 pacientes de prioridade alta. Ou seja, câncer em evolução, prognóstico muito negativo. E eu, pessoalmente, depois de acertamos a parceria com a Oncoprev, liguei para os pacientes. Eu liguei para os três primeiros pacientes da lista. Dos três pacientes que tentei falar, os três morreram. Essas pessoas morreram aguardando atendimento. Eu poderia dizer que não era responsabilidade do município, que não era minha responsabilidade, mas eu estaria sendo omisso como secretário com os munícipes. As pessoas moram aqui. Elas sofrem aqui. Isso foi o que mais nos motivou, independente de outras questões, a tentar encontrar um encaminhamento. E a prefeita Corinha Molling foi uma incentivadora e nos deu apoio total para essa iniciativa”, conta Emerson Leite.