Sapiranga 67 anos: Tariq Saleh retorna à cidade e fala das suas impressões

Sapiranga – Jornalista com carreira consolidada como correspondente internacional, Tariq Saleh nasceu no Líbano, mas mudou-se com a família para a Cidade das Rosas quando tinha 8 anos. “Cresci aqui, as minhas escolas e amigos de infância estão por aqui; me considero sapiranguense”, comenta.

Foram mais de 15 anos morando fora da cidade. Nos últimos anos, Tariq esteve radicado em Beirute, capital libanesa, trabalhando para uma emissora espanhola. A trajetória profissonal acabou levando Tariq para uma rotina mais intensa de cobertura televisiva, o que acabou levando o jornalista a pensar em uma mudança de direção, processo que acabou sendo acelerado pela pandemia. “Esses 15 anos, valeram por 30. Chegou a um ponto em que eu já tinha um projeto de sair da região – não necessariamente voltar ao Brasil – mas buscar novos projetos, novas possibilidades, isso antes da pandemia. Então, a emissora tinha planos de mudar a sede da equipe para Istambul ou Jerusalém e eu decidi que era o momento para a minha mudança pessoal”, conta.

Tariq voltou para Sapiranga em setembro de 2021, mas não se trata de uma estadia definitiva, apenas um período de transição profissional, já que ele tem o desejo de trabalhar com projetos mais longos, e não mais com noticiário. Conversamos com ele sobre as impressões de quem volta a viver em Sapiranga depois de tanto tempo.

Sobre estar perto da família e amigos
“É aquele conforto da cidade que te acolhe, é o melhor lugar pra essa transição que eu estou buscando. Você tem a família, os amigos, lembranças. O clic é imediato, não tem uma adaptação difícil. Está sendo ótimo pra mim essa terapia, vou usar esse termo, porque encaixa bem e está sendo muito bom pra mim”.

Sapiranga mudou muito?
“A primeira impressão que eu tive foi de que agora eu me sinto um pouco estranho na cidade , no sentido de que há muita gente nova. Eu pedalo muito, e às vezes faço percursos por lugares que eu nem imaginava que existiam, ou bairros que eu conhecia, mas hoje estão muitos maiores. A cidade está mais bonita, inclusive, uma vivacidade que me chamou a atenção”.

O que você mudaria em Sapiranga?
“Eu acabei de chegar, então nem tenho que dar pitaco (risos). Mas baseado em lugares que eu passei, acho que a cidade tem que pensar muito em qualidade de vida para a população, porque através da qualidade de vida que o resto vem.Penso que Sapiranga já segue nessa linha, fiquei surpreso com algumas coisas. Coisas que a cidade tem que, em Beirute por exemplo não tem, parques, internet grátis em espaços de lazer. Tudo isso é pensar no bem estar da população”.