Sapiranga 67 anos: Sapiranga pelo mundo

Fotos: Divulgação

Mudar de vida e trocar de ares é sempre importante, mas a distância da família, amigos e, além de tudo, do lugar que por muito tempo foi considerado o lar, dificulta essa ação. Bethina Rodrigues, de 24 anos, foi uma sapiranguense que teve que deixar a cidade para ir em busca de uma nova vida, acompanhando o namorado Ironi Júnior.

 

Nascida em Sapiranga, Bethina sempre viveu na cidade e conta que sempre teve um vínculo de proximidade. “Nasci e cresci em Sapiranga. Me mudei em 2021, apenas pela oportunidade de sair do Brasil. Trago boas recordações da cidade. Minha escola fundamental, ensino médio, primeiro estágio, primeiro emprego”. Ainda sobre a relação com a cidade, a jovem conta que sua família ainda reside em Sapiranga, o que, de certa forma, aumenta a saudade. “Possuo sim (família na cidade). Todos os meus familiares, pais, tios, avós, e do meu namorado moram em Sapiranga”, comenta. Enquanto moradora da cidade, Bethina conta quais eram os seus passatempos. “O que eu mais gosto é a vista do Morro Ferrabraz e de tomar chimarrão no parque. Sempre é difícil sair do lugar onde nascemos e crescemos, deixar nossa história para trás, mas as vezes é preciso”.

Entre as diferenças das cidades, a sapiranguense destaca as construções holandesas e uma das principais características de Sapiranga, como ponto de semelhança. “Para mim, a grande diferença está na infraestrutura de Rotterdam, que é muito desenvolvida. E tanto aqui como em Sapiranga, as bicicletas fazem muito sucesso”. Ainda comentando sobre a cidade do Vale dos Sinos, Bethina explica um dos fatores que lhe agrada mais no município. “Sapiranga é uma cidade ótima para se viver, ao mesmo tempo que tem traços de cidade pequena, conservando a parte histórica da época de sua colonização, também é bem localizada geograficamente, na região metropolitana, pertinho de Porto Alegre. Eu também gosto muito do contraste natureza/cidade que Sapiranga proporciona, pois é possível visitar reservas ecológicas e o próprio Morro Ferrabraz de forma rápida e fácil, inclusive com caminhadas”.

De Sapiranga a Dubai: mudança total de vida

Sapiranguense da gema como ela mesma costuma dizer, Cleciane Mutti decidiu se aventurar mundo afora junto do marido. Desde 2012, mora em Dubai e vivencia experiências diferentes das que estava acostumada.

A educadora sempre amou lecionar e manter as atividades na área foi prioridade. “Me formei no Magistério do Estadual e fui professora municipal e estadual por 14 anos. Continuo sendo professora e a maioria dos meus alunos é de Sapiranga. Eu corrijo e formato Tccs”. Ainda sobre os alunos, ela diz: “sempre tive orgulho da cidade e procurei fazer a minha parte para o crescimento da mesma. Mesmo morando em Dubai, sempre acompanho o que acontece”, disse a professora. Cleciane.

Quanto à vivência nos Emirados, Clê conta que Dubai e Sapiranga diferem muito, tanto pela diversidade de etnias no Oriente Médio quanto pelo alto número de visitantes e moradores da metrópole, o que dificulta o encontro de pessoas conhecidas, algo comum na Cidade das Rosas. Apesar disso, a visão de Cleciane é de que, “tanto em Sapiranga quanto em Dubai, existem pessoas preocupadas em tornar a cidade um lugar cada vez melhor”.

A vida na Alemanha e a saudade da região

Nascida e criada em Sapiranga, Letícia Andriola mora, desde o ano de 2013 na Alemanha. Como a própria cita, a mudança ocorreu no dia 1º de janeiro e, o que carateriza a saída de Sapiranga como “ano novo vida nova”.

Tendo na cidade do Vale dos Sinos toda a sua família, Letícia descreve o tempo que passou com muita alegria, relembrando momentos que adorava enquanto ainda morava no Rio Grande do Sul. “Foram anos muito felizes. Cresci em uma família grande, sem irmãos mas com muitos primos. Muitas das amizades que fiz ao longo dos anos em que morei aí, permanecem até hoje, e com a mesma intensidade apesar da distância”. Além de sentir falta da família, a sapiranguense pontua algo do qual sente saudade na Alemanha. “Sinto falta das pessoas e da comida gaúcha e brasileira, mas ao mesmo tempo estamos felizes aqui na Alemanha, e já bem adaptados”.

Com uma nova realidade motivada pela profissão, a gaúcha conta algumas detalhes interessantes do local onde mora. “Aqui nesse estado se produz muito vinho. O tipo Riesling é o mais conhecido nacionalmente e internacionalmente. Ah, e uma curiosidade: a cuca daqui não é tão boa quanto aí, e aqui não existe nata”, lamenta Letícia.

Dinamarca – Semelhanças do país com Sapiranga

Desde que nasceu, Roana De Oliveira Hansen viveu em Sapiranga e assim permaneceu até seus 18 anos, quando saiu para estudar em Porto Alegre. Na capital, se formou em Física, realizou seu mestrado e recebeu uma oportunidade de fazer doutorado na Dinamarca, proposta aceita por ela que, inclusive, já namorava um dinamarquês.

Desde criança, Roana sempre se sentiu muito bem na Cidade das Rosas. Por ser um local tranquilo, ela conta a sua juventude no município. “Foi uma ótima oportunidade para mim ter crescido em Sapiranga. Foi uma infância, uma adolescência muito boa, muito tranquila. Gosto da minha cidade natal”.

No país nórdico, a cidade onde vive se assemelha a sua origem pelo fato de que, além do frequente uso de bicicletas por vizinhos e demais moradores da cidade, é comum encontrar conhecidos em caminhadas e passeios onde vive, algo chamado pelos dinamarqueses de “hyggeligt”, sentimento de não estar sozinho.