Sapiranga 67 anos: Por seis décadas, Ivony viveu no bairro Amaral Ribeiro

Foto: Bruno Morais

Em Sapiranga, alguns moradores puderam acompanhar a evolução da cidade com o passar dos anos. Destes, poucos observaram essas mudanças de um único bairro. Este é o caso de Ivony Lampert Strassburguer, de 83 anos, que durante 60 anos viveu no bairro Amaral Ribeiro.

 

Nascida na localidade de Campo Vicente, Ivony cresceu na sua cidade natal e, depois que se casou aos 18 anos, veio para Sapiranga construir a vida junto do marido Remy Erny Strassburger. Desde então, viveu durante seis décadas na mesma casa, no bairro Amaral.

A casa onde morava era dos pais de seu noivo, Theno e Lydia Strassburger, nomes já conhecidos na cidade. A partir daí, começou na indústria calçadista e foi criando vínculos com o município.

Desde o início, a senhora de 83 anos conta que se dava muito bem com a vizinhança e que o clima sempre foi de muito acolhimento na cidade. Seja nos bailes, kerbs ou demais atividades de celebração que aconteciam, ela e o marido sempre marcavam presença e participavam dos momentos de alegria daquela época.

A casa, localizada na Av. Major Bento Alves, nº 1899, ainda está lá, muito semelhante ao seu molde inicial, quando Ivony e a família ainda viviam lá. Atualmente, a quase sapiranguense vive em um lar de idosos na cidade, a casa ainda é da família e, recentemente, passou por algumas reformas.

Momentos históricos vivenciados na residência

Na juventude, Ivony e Remy criavam alguns animais na casa, o que, na época, servia também como fonte de renda da família. Entre tantos animais, estavam as abelhas, junto de seus favos de mel. Diante deste cultivo, Ivony conta uma história curiosa, motivada por uma crença do falecido esposo. “Me lembro um dia que eu queria levar ferroada em uma perna. Fui com uma calça antiga que eu podia rasgar para ganhar um ferrão, mas não provoquei”, conta a mulher pois, segundo ela, o casal acreditava que a ferroada continha anticorpos e que era uma forma de prevenir algumas doenças, o que não aconteceu naquele dia.

Além da criação de animais, a casa era um ponto turístico do século passado. No Natal, seu Remy enfeitava a residência, montando um cenário com elementos referentes a data, o que cativava a vizinhança. “Quando chegava dezembro, as famílias vinham visitar a casa da mãe e do pai. Eles entravam na porta da frente, passavam toda a sala olhando o que o pai tinha produzido, e saíam nos fundos. Eram todos os anos”, conta Carla Strassburguer, filha de Ivony e moradora da casa por 28 anos.