Sapiranga é uma cidade miscigenada. Conhecida tradicionalmente pela cultura descendente de alemães, a Cidade das Rosas possui outros grupos étnicos, muitas vezes negligenciados pela história e que remetem a um passado desconhecido. Entre os povos que ajudaram a construir este município estão os Indígenas e os Africanos, componentes fundamentais de muitos hábitos e tradições remanescentes.
Um dos exemplos desse esquecimento é a antiga existência de um bairro da cidade. O África, hoje conhecida como bairro Centenário, foi onde alguns remanescentes dos africanos e seus descendentes moraram no período pós-abolição, que se deu a partir de 1888. O espaço, onde hoje se caracteriza por um bairro destinado a moradia, antes tinha a mesma função, mas com um foco completamente diferente, pois abrigava uma parcela da população negra, que aos poucos foi deixando o espaço, que se transformou a partir da segunda metade do século XX.
Se por um lado os descentes africanos hoje estão em menor número comparado a este período dos século XIX, os indígenas são frequentemente reconhecidos nas ruas da cidade, mas de uma forma completamente diferente. Algumas décadas depois da grande atividade dos povos africanos na região, os grupos indígenas Caingangue e Guarani estiveram no Vale dos Sinos, exibindo sua cultura e modo de viver. Com o passar dos anos, estes grupos tiveram algumas divergências com os povos que aqui passaram a residir e aos poucos foram desaparecendo. Nos dias de hoje, é possível ver algumas pessoas de origem indígena em calçadas e sinaleiras, vendendo alguns enfeites e produtos artesanais como fonte de renda diante da perda de espaço e prestígio que se deu no passar dos anos.