Sapateiros fazem fila para deixar de contribuir com o sindicato em Sapiranga

Sapiranga – A crise de representatividade que a classe política enfrenta, também, atinge os sindicatos dos trabalhadores e os seus diretores. Na quinta e na sexta-feira (13 e 14), centenas de sapateiros foram até o sindicato da categoria para encaminhar a sua exclusão do cadastro da contribuição assistencial sindical.

A principal queixa dos trabalhadores estava no formato de divulgação para avisar os sapateiros sobre a data limite para os encaminhamentos das solicitações de exclusão. “Procuramos o sindicato, mas estamos percebendo um corpo mole. Não existe vontade de encaminhar e resolver tudo rapidamente. Esse desconto é um dinheiro nosso, e todos que estão nessa fila não querem abrir mão desse dinheiro, pois é um recurso nosso. Todos querem retirar esse desconto da folha de pagamento, pois não se sentem representados pelo sindicato e os trabalhadores não tem esse benefício de volta”, disse o industriário, Marcos Dapper, de 36 anos.

Não há garantias do recurso ser bem empregado

Outro aspecto citado pelo industriário estava relacionado ao momento político do país.

“São frequentes as notícias de corrupção em todos os níveis, e quem nos garante que esse dinheiro está sendo bem usado”, pondera.

Presidente do sindicato comenta

O presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga (e que abrange ainda Araricá e Nova Hartz), Júlio Cavalheiro, rebateu as críticas e disse que a direção do sindicato distribui materiais informativos nas portas das fábricas e usou carro de som para informar os trabalhadores. Além disso, foram promovidas três assembleias e tudo foi registrado em ata.

“Os trabalhadores que denunciam a falta de divulgação estão faltando com a verdade. Sempre trabalhamos com transparência, informando tudo o que ocorre com o sindicato. Aqueles que não querem colaborar com o sindicato, nós aceitamos, pois é um direito do trabalhador. O que acontece é que os sapateiros não possuem o real conhecimento de qual é o papel do sindicato. Entendo que os trabalhadores que vieram aqui estão fazendo o jogo da patronal, pois ficarão sem o amparo na defesa dos seus próprios direitos”, disse Cavalheiro.

Texto: Deivis Luz
Fotos: Taylor Abreu