Roda d’água, paleotocas e índios integram a história de Nova Hartz

Nova Hartz – Os estudos mostram que o passado de Nova Hartz pode ser dividido em três momentos: a ocupação indígena, a chegada dos imigrantes alemães e o desenvolvimento industrial, econômico, político, social e cultural da cidade.

Os primeiros a habitarem as encostas do Morro Ferrabraz foram os povos nômades indígenas das Tradições Tupi-Guarani, Charrua e Minuano. Através de parcerias com arqueólogos da Unisinos, locais e propriedades foram visitados. No transcorrer do percurso, os especialistas encontraram elementos líticos dos índios.

No começo, as primeiras famílias (os Hartz e os Haag), plantavam e colhiam para a sua subsistência, em regime de agricultura minifundiária, conforme contextualiza o funcionário público e historiador José Borges da Silva, em seu texto ‘História da Emancipação de Nova Hartz’. Foi somente no início do século XX, com um pouco mais de condições financeiras, que os agricultores migraram para um sistema mais industrial, baseado na moagem do milho e do aipim cultivados no Arroio da Bica. Na década de 1930, de forma lenta, que o setor calçadista foi tomando o seu lugar na economia da região, com a confecção dos primeiros sapatos e tamancos sob encomenda.

Os moinhos do arroio da bica

Na parte mais conhecida da história de Nova Hartz, não há como deixar de citar os moinhos movidos por rodas d’água. São verdadeiros tesouros que, durante o século XXI, eram utilizados para a moagem de milho, e a tafona era a fábrica de farinha de mandioca. O que torna os moinhos especiais é que eles eram movidos a água, e dois deles ainda possuem o maquinário para voltar a operar. Arroio da Bica ainda conserva três complexos de canais, barragens com resquícios de suas comportas, desvios, extravasores e outros aparatos.

Paleotocas no Morro Canudos

Outra descoberta fantástica para o município foi o indicativo de um morador sobre a existência de uma ‘caverna’ em Arroio da Bica. Durante um encontro entre historiadores, um geólogo apresentou evidências de uma paleotoca de preguiça gigante em Morro Canudos.