Região avança na imunização para pessoas com 40 anos ou menos

Foto: Lilian Moraes

 

Com o passar dos meses, desde o início da vacinação, o país está avançando na imunização da população e a faixa etária dos mais jovens está sendo contemplada, situação que se reflete na área de cobertura do Grupo Repercussão. Em Campo Bom, por exemplo, até esta quarta-feira, 28, a imunização já tinha contemplado  pessoas com 30 anos ou mais, assim como adolescentes com comorbidades. Na cidade, 48,9% da população abaixo dos 40 anos está vacinada com a 1ª dose e 23,7% já com esquema completo de vacinação. A situação da faixa etária é a mesma em Sapiranga. Na faixa etária, de 18 anos a 39 anos, a estimativa é de 28.879 pessoas. Deste total, 9.309 já foram vacinadas.

No Vale do Paranhana, a procura pela imunização também é intensa. Em Igrejinha, conforme dados disponibilizados pelo secretário Vinicio Wallauer, 12.552 pessoas fazem parte do público de 18 a 40 anos e 4.606 já foram vacinadas. Atualmente, a cidade está imunizando a população de 30+,  e, nesta faixa, são  6.674 pessoas e 993 receberam a vacina.

No município de Riozinho, até quarta-feira, 27, dos 18 aos 39 anos, 463 pessoas, de aproximadamente 1.360, foram vacinadas.

Já em Parobé, a faixa etária corresponde a cerca de 13.323 pessoas. Destes, 9.975 foram imunizadas.

A infectologista Fábia Corteletti esclarece dúvidas recorrentes sobre a imunização, importância da segunda dose e possibilidade de infecção mesmo com a vacinação. Confira a entrevista abaixo.

Secretário comenta situação em Igrejinha

Questionado sobre o cenário da vacinação em Igrejinha, Wallauer conta que existem casos de pessoas resistentes, mas que com o trabalho dos agentes de saúde, várias situações foram revertidas. “Em muitos casos, com o auxílio dos agentes, conseguimos alertar sobre os riscos e o pessoal mudou de ideia”, revela. Com relação ao retorno para a aplicação da segunda dose, o secretário detalha o quadro no município. “Tivemos um certo problema apenas naquelas doses de Coronavac, que acabaram atrasando e algumas pessoas não voltaram por ter passado o período necessário. Então, nós fomos atrás, ligamos, fomos nas casas…Tivemos que fazer uma força tarefa, mas foi um percentual baixo”, explica.

“Menos internações com o avanço da vacina”

 

 

 

 

Jornal Repercussão: A faixa etária abaixo dos 40 anos está avançando na imunização. Qual a importância desse público estar vacinado?

Fábia Corteletti: A resposta é justamente essa, a população jovem, economicamente ativa, é a que mais circula, tem contato tanto com a população idosa, como com os jovens, crianças. Por isso, a necessidade da ampla cobertura de vacinação.

JR: Desde o início da pandemia, temos informações que os jovens sofrem menos quando infectados e, agora, com a imunização, a probabilidade de internação tende a diminuir?

FC: Sim, é o que temos visto no hospital. Cada vez menos internações por covid, com o avanço da vacinação. Apesar do clima frio, úmido, temos visto aumento de internações por outros problemas respiratórios, mas não por covid.

JR: Qual a importância das pessoas voltarem para tomar a segunda dose?

FC: São características de cada vacina: muitas delas só alcançam uma boa proteção com a segunda dose. Algumas não fazem nenhuma reação com apenas uma dose, como é o exemplo da hepatite B. No caso da hepatite B, precisamos de 3 doses, as vezes 4, com doses altas. Então, precisamos seguir as recomendações tanto do Ministério da Saúde, como do fabricante da vacina. Do contrário, a pessoa pode achar que está protegida, se expor mais e correr ainda mais risco de adoecer.

JR: Uma questão que muita gente fica em dúvida é sobre a infecção mesmo estando vacinado. É algo que pode acontecer, correto?

FC: Sim. Os estudos realizados com as vacinas tem como objetivo principal mostrar o quanto a vacina previne, principalmente, os casos graves, as internações e, por consequência, os óbitos. Então, casos leves seguirão acontecendo. E se a pessoa sintomática, mesmo vacinada, tiver contato com alguém não vacinado, pode transmitir o vírus e manter essa cadeia de transmissão de novos casos.