Reciclar é a palavra–chave do governo aos municípios

Região – A Lei de Resíduos Sólidos, promulgada no último ano do governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, é clara: antes de enviar qualquer material para aterros sanitários é necessário incentivar a reciclagem de itens que possam ser reaproveitáveis, como alumínio, papelão e plástico. Outra determinação é de que os municípios devem fomentar ações na área do cooperativismo, incentivando grupos de catadores. Esta inclusão social na área de abrangência do Jornal Repercussão vem sendo praticada pelas prefeituras de Campo Bom, Sapiranga e Nova Hartz. Apenas Araricá não conta com uma cooperativa organizada.
No município campo-bonense, a Prefeitura possui uma parceria com a empresa Coolabore. Na Central de Tratamento de Resíduos Domésticos cerca de 35 catadores trabalham de forma cooperada na triagem de materiais. Em Sapiranga, cerca  de 47 toneladas de lixo são recolhidos nos bairros diariamente e enviados para a Central de Triagem. Atualmente, cerca de 40% do lixo recolhido é reciclado por cerca de 40 catadores. O rendimento médio mais alto entre os catadores está em Campo Bom: R$ 1,2 mil.
A realidade da coleta nos municípios
Campo Bom – No município, diariamente são recolhidos cerca de 26,6 toneladas de lixo. Campo Bom é um dos únicos no Vale do Sinos onde a Coleta Seletiva chega a 100% dos bairros. Na Central de Tratamento de Resíduos Domésticos campo-bonense trabalham entre 35 a 40 pessoas que recebem entre R$ 800 a R$ 1,2 mil. O gasto mensal da Prefeitura com a coleta de lixo é de R$ 117.559,20 (R$ 1.410.710,40 anuais). Cinco veículos recolhem os rejeitos da população. A vida útil do aterro (após receber adequações) passou para mais 25 anos. 
Sapiranga – Uma cooperativa é a responsável por toda triagem das 47 toneladas de lixo recolhidas diariamente. O que não é reciclado é despachado para Minas do Leão, a cerca de 140 km de Sapiranga. Somente com a coleta, o transporte e a destinação final a Prefeitura tem um gasto de mais de R$ 1,8 milhões anuais (mais de R$ 157 mil por mês). O recolhimento do lixo é feito por uma empresa terceirizada através de seis caminhões. Trabalham na Central de Reciclagem mais de 30 catadores. Até 2015, haverá um acréscimo de 5 toneladas de lixo. O atual contrato com a Cooperativa Recicoper está firmado de maneira emergencial. A Procuradoria Jurídica analisa o novo contrato com os trabalhadores para definir se continuam ou não trabalhando no espaço.
Araricá – A população gera duas toneladas de lixo diariamente (cerca de 410 gramas por habitante). A extimativa do Pró-Sinos é de que até 2015, o município produza 10 toneladas a mais de resíduos. Estudo desenvolvido pela consultoria Keys Associados, contratada pelo Pró-Sinos, mostra que cerca de 5 a 10 pessoas trabalham como catadores em Araricá. O ganho mensal fica entre R$ 600 a R$ 800 reais. Enquanto isso, o gasto médio da prefeitura mensal com a coleta, o transporte e a destinação final de resíduos é de R$ 17.995,00 (cerca de R$ 215 mil ao ano). O recolhimento é desenvolvido por dois veículos. Araricá ainda não conta com coleta seletiva de lixo e os materiais vão todos misturados para Minas do Leão, através de uma empresa terceirizada.
Nova Hartz – Uma ampliação dos galpões de triagem dos resíduos está em andamento. Cerca de R$ 427 mil são gastos anualmente com a coleta, transporte e destinação final de resíduos. O recolhimento é feito através de um caminhão próprio para o aterro sanitário. Entretanto, a vida útil do aterro, conforme estudo técnico do Pró-Sinos, encerra em 2014. A coleta seletiva no município ocorre nas principais vias. Há uma cooperativa de recicladores onde atuam cerca de 20 profissionais.