Realidades opostas na luta por moradia digna nos municípios

Região – A chuva que caiu no início da semana trouxe problemas para a dona de casa, Jane da Silva, moradora da Vila São Paulo, em Sapiranga. Sua residência (que está abaixo do nível da rua) tem a cozinha inundada a cada chuva, e esta semana, não foi diferente. “Moro há 25 anos aqui e tenho três filhos – um de colo”, relata.
A vulnerável situação da dona de casa de Sapiranga é uma, entre as dezenas de moradias em áreas de risco e em zonas que passam por desapropriações (caso de Jane da Silva), e que as prefeituras precisam enfrentar. Entre as alternativas encontradas pelo Poder Público para amenizar o drama destas famílias, está na concessão do chamado aluguel social. O benefício é concedido, em geral, quando as Secretarias de Habitação constatam uma situação de risco. Foi o que aconteceu com o casal Celso Heck e Adriane Comunello, de Nova Hartz. A antiga casa deles ficava em uma área suscetível à deslizamentos.
Água na cozinha de casa em Sapiranga
Dona Jane da Silva, moradora da Vila São Paulo, entende que poderia ter o benefício do aluguel social. “Conversei com pessoas da Prefeitura, mas não consegui”, disse. A chuva que caiu no início da semana alagou toda a sua cozinha.
Os alugueis sociais nos municípios
Nova Hartz
O município concede o apoio para 11 famílias. O valor máximo concedido para cada grupo familiar é de R$ 316.  A secretária de Desenvolvimento Social, Aline Forster, comenta que os beneficiários possuíam casas em situação de risco nos bairros Bela Vista, Rosas e Imigrante. Aquelas famílias que são contempladas em programas de habitação popular (como o Ipê Amarelo) deixam de receber o aluguel social quando as casas são entregues.
Campo Bom
Conforme a prefeitura, até o momento não há concessão de aluguel social para nenhuma família campo-bonense que mora em área de risco.
Araricá
Não há pagamento de aluguel social para nenhuma família que possui residência em área de risco. A prefeitura elabora projeto para a construção de 150 casas populares para, desta forma, dar condições dignas às pessoas que possuem moradias em áreas de encosta. 
Sapiranga
Com a necessidade da saída de 30 famílias que moravam, justamente, onde as obras da Av. Travessão Ferrabraz precisam passar, a Prefeitura concede desde 2012 o aluguel social. O secretário de Habitação, João Alberi Guedes, destaca que o valor repassado mensalmente é de R$ 300 por família.
Desempregada espera decisão
Roseni Cavalheiro de Vargas, morava na Rua Travessão, na Vila São Paulo, em Sapiranga. Em 2012, ela e outras famílias receberam o comunicado que deveriam deixar as casas. “Nos deram 15 dias para sair”, recorda. Beneficiada pelo aluguel social, ela cobra rapidez nas obras de construção das casas populares relativo às obras da Av. Travessão Ferrabraz.
Mudança de ares em Nova HARTZ
O casal Celso Heck de Vargas, 34 anos, e Adriane Comunello, 24 anos, deixarão a casa alugada (via aluguel social) para morar em uma das unidades do Ipê Amarelo. “Tudo é muito bom no Ipê. As ruas serão bem cuidadas, ao contrário da Rua da Pedreira”, comenta.