Quem vai desatar o nó da Rua Presidente Kennedy?

Em busca de uma solução | Implantação de mão única, sinaleiras, ciclovias…as opções para desafogar o movimento na Rua Presidente Kennedy são muitas. Autoridades e comunidade opinam.

Sapiranga – Longas filas, uma espera mais longa ainda para atravessar a rua, esteja o cidadão de carro ou a pé. Esses são apenas dois dos muitos problemas enfrentados por quem precisa utilizar a Rua Presidente Kennedy durante a semana. Em horários de pico, é possível flagrar filas longas – de até nove veículos – em meio a um trânsito caótico, que inclui motociclistas, ciclistas e pedestres, que muitas vezes aguardam por vários minutos para poderem atravessar a via – mesmo que esteja aguardando em frente a uma faixa de segurança.

Ao longo da Presidente Kennedy, que é a principal via de acesso ao bairro São Luiz, alguns cruzamentos se destacam como os pontos mais críticos, principalmente em horários de muito movimento, como meio-dia e final de tarde. “Pela manhã, temos esses 20, 30 minutos logo depois do meio-dia, quando tudo fica trancado. Mas de tarde, às 18h, o trânsito é ainda pior”, conta Reni Sabadini, que possui um comércio em uma das esquinas da Presidente Kennedy com a Monte Castelo. Lacir da Silva, que possui um comércio em outro ponto de encontro das duas vias, conta que a própria falta de sinalização apropriada contribui para os transtornos. “Faz uns 30 dias, um caminhão com um carregamento de pedras foi fazer a curva aqui na Monte Castelo e quase tombou. É um conjunto de coisas, pressa somada com má sinalização. Precisávamos ao menos ter uma sinaleira, por aqui”, diz. Também no bairro São Luiz, transtornos são comuns no ponto em que a Presidente Kennedy se encontra com a Rua Chaves Barcelos.

Outros pontos de tensão são os cruzamentos com as Ruas Getúlio de Vargas e Padre Reús, no Centro. Buzinas e freadas bruscas são sons que já fazem parte da rotina do local – nem mesmo a existência de uma sinaleira evita contratempos diários nas proximidades.

Cruzamentos perigosos e muito movimento na Kennedy

Ciclovia seria uma solução?
Basta observar por alguns minutos o tráfego na Rua Presidente Kennedy para notar que grande parte do movimento é formado por ciclistas – o que levanta a hipótese de que uma ciclofaixa ou ciclovia pudesse desafogar o fluxo. É possível também observar que a sinalização viária – nas faixas e quebra-molas – está apagada em vários pontos da rua.

Fluxo junto ao viaduto do bairro São Luiz
Natália Leal, que trabalha em um comércio na Presidente Kennedy e é moradora do bairro São Luiz, comenta que é corriqueiro ver acidentes na rua em questão. “Aqui em frente ao viaduto, no cruzamento que é usado por quem vem da rodoviária, é frequente. Tivemos três acidentes em um mesmo dias, tempos atrás”, comenta Natália.

Cruzamento com a Getúlio Vargas
Mesmo contando com uma sinaleira, o trecho da Presidente Kennedy entre as Ruas Padre Réus e Getúlio Vargas – principalmente o cruzamento desta última com a Kennedy – causa tumultos diários aos motoristas que circulam pela área.

Vereador sugere abertura de ruas

O vereador Lauderi dos Santos (o Dico do PT) apresentou na Câmara de Vereadores diversas sugestões para recuperar e desafogar a Rua Presidente Kennedy. “Temos que ter opções e alternativas à Kennedy. Quando a Avenida João Corrêa foi transformada em mão única também houve resistência. Hoje, todos estão adaptados. Mas, alguém precisa ter a coragem para fazer as mudanças”, conta. Para o vereador, seria interessante construir alternativas junto às ruas Chaves Barcelos, Princesa Isabel, Archymedes Fortini, Elis Regina, Senador Salgado Filho e Casemiro de Abreu. “Se não for possível asfaltar, tudo bem. Mas, se há necessidade de se fazer mão única em um trecho tem que ser feito” resume. Dico cobra ainda a pintura das faixas de pedestres em toda a rua e a implantação de ciclofaixas ou ciclovia para ciclistas na Kennedy. “As opções são muitas. Tem a possibilidade cara e a barata”, opina o vereador petista, que por várias vezes já utilizou a tribuna da Câmara para solicitar melhorias na via.

Prefeitura de Sapiranga explica

Conforme a Prefeitura, a questão da mão única na Presidente Kennedy surgiu a pedido de moradores, mas houve contraposição de outros moradores e comerciantes, que não concordaram com a sugestão. Segundo a prefeita Corinha Molling, se algo for decidido nesta administração, o aval final passará por audiência pública com os moradores e comerciantes da rua.

Já as questões de melhoria no tráfego e segurança da rua, passam pelo Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob) de Sapiranga, que está sendo montado pela empresa Alto Uruguai e que teve audiência pública (realizada no início de setembro) e oficinas há três semanas atrás. Para definir qual a melhor solução para o caso, a Administração aguarda os dados finais do PlanMob. “A solução deve passar pelo aval da comunidade, através de consultas e audiência pública”, comenta a prefeita de Sapiranga, Corinha Molling.