Quase 6 mil atendimentos com psicóloga realizados durante 9 meses em Sapiranga

Foto: Melissa Costa

Sapiranga – A pandemia da Covid-19 trouxe grandes desafios em todas as esferas, desde econômica até na saúde da população. E, quando citamos a doença em si, ela não se limita ao vírus e o tratamento, mas também a saúde mental da população, que viu sua vida se transformar, virar do avesso, do dia para a noite.

 

Os últimos meses exigiram de todos um nível elevação de readaptação para sobreviver à pandemia e, para muitos, sozinhos se tornou uma missão difícil. Para tanto, as cidades contam com redes de apoio, que começam a sentir os reflexos mais graves da pandemia desde o último mês. “Acreditamos, que o principal reflexo vamos sentir mais de agora em diante. Muitas pessoas estão no limite, já não estão mais conseguindo se adaptar sozinhos há tantos meses de mudanças na sua rotina de vida”, alertar a psicóloga Daniela Fonseca Galat, do Centro de Atenção Psicossocial de Sapiranga.

 

Segundo a coordenadora do Caps, Irani Maria de Souza, a demanda já aumentou, mas ela acredita que a procura será maior daqui para a frente. De janeiro a setembro deste ano, já foram realizados 5.963 atendimento com psicólogos e 7.248 de psiquiatria no município. No mesmo período do ano passado, foram 5.036 de psicologia e 7.607 de psiquiatria.

Manter rotina

A psicóloga Carina Martins da Silva, que também atende no Caps, orienta as pessoas que estão em casa em razão da pandemia de que uma das formas de conseguir enfrentar as dificuldades da falta da convivência fora do lar, é justamente manter uma rotina dentro de casa. “É sabemos que o período é difícil para todos, inclusive para nós, que trabalhamos na área da saúde.Nós também tivemos que nos readaptar. Uma dica que posso dar é: mantenha uma rotina. Hora para trabalhar, para acordar, não fique de pijama dia todo, mantenha contato com amigos e familiares através das redes sociais e WhatsApp. Mantemos uma rotina de atividades é uma forma de conseguir lidar melhor com o dia dentro de casa”, disse ela. A colega Daniela acrescenta que “quem mais está conseguindo lidar com a pandemia, é quem mais tem facilidade com a adaptação, com a mudança”, completa.

Peça ajuda, não sinta vergonha

Além do Caps, Sapiranga também oferece, através do Sistema Única de Saúde (SUS), atendimento com psicólogo e psiquiatra nas unidades básicas de saúde do Centro, Centenário, São Luis e Amaral Ribeiro. Os atendimentos são feitos mediante agendamento nas unidades.

A profissional Carina faz um alerta para que a população peça ajuda, que não sinta vergonha de pedir ajuda, que o profissional está qualificado justamente para dar apoio em momentos de crise. “No entanto, para quem não se sente a vontade, neste primeiro momento, pode ligar para o telefone 188. Este número está sempre disponível e não é necessário se identificar. Neste ligação, a pessoa já pode se abrir um pouco, contando pelo que está passando e terá um primeiro contato, um primeiro apoio. Não é preciso ter vergonha”, orienta a pisóloga Carina.