Projeto de inclusão digital para terceira idade faz sucesso entre sapiranguenses

Projeto possui duração de oito semanas Fotos: Ana Carolina Siebel

Por Júlia Regla

Sapiranga – A tecnologia se tornou parte da vida da população na última década e os que não se adaptam aos recursos digitais acabam por ficar, em muitas situações, deslocados.

 

Por isso, é cada vez mais comum ver idosos buscando aprender a lidar com a internet. Em Sapiranga, um projeto de inclusão digital para a terceira idade teve início este ano e já é considerado um sucesso.
O projeto “A vovó tá on”, que possui como objetivo auxiliar os idosos com o uso dos seus smartphones, reúne por oito semanas duas turmas na Biblioteca Pública Municipal Prefeito Edwin Kuwer. “São grupos que possuem dificuldades diferentes. As artesãs do município são mais pontuais, vieram já com o script pronto do que gostariam de aprender. Já o grupo com integrantes do CRAS é mais o básico, o conteúdo vai de acordo com as demandas deles”, comenta a bibliotecária, idealizadora e monitora do projeto, Caroline Bilhar.
Aprender a transmitir lives no Facebook, mandar mensagens de voz no WhatsApp, baixar aplicativos, solicitar uma viagem pelo Uber e tirar fotos são algumas das descobertas que os participantes tiveram nos encontros, que acontecem de forma gratuita e semanal. “Eu não sabia como agendar uma pessoa na lista telefônica do celular, tinha que esperar um filho ou neto. Esse projeto tá sendo muito bom para mim. Estou aprendendo bastante coisas”, comenta a sapiranguense e integrante do projeto “A vovó tá on”, Jane Bettencourt.
As inscrições para participar das próximas turmas vão ser anunciadas em breve.

Como lidar com notícias falsas?

Um encontro será destinado apenas aos tópicos de segurança cibernética e notícias falsas. Inicialmente, os idosos aprendem a pesquisar informações em sites confiáveis. “Após isso, estou preparando uma aula baseada na fábula do Pedrinho e o Lobo. Vou fazer uma seleção de fake news absurdas e pedir para eles julgarem e descobrirem se a notícia é verdadeira ou não”, comenta a monitora, que finaliza: “Vamos alertar também para não clicar em qualquer link, não enviar dados pessoais, nem encaminhar notícias que não se sabe a procedência”.

O que elas dizem

Jane Bettencourt, participante do projeto: “É uma novidade muito boa. Sempre tive vontade de aprender mais, porque o celular é, para nós idosos, um entretenimento. Tem coisas nele que eu queria ver e fazer que eu não conseguia, agora vou conseguir”.

Caroline Bilhar, mentora do projeto: “A gente objetiva capacitá-los para fazer atividades bem simples do cotidiano, como ouvir música, assistir um vídeo e utilizar as redes sociais. São funcionalidades que os celulares cada vez mais absorvem para si e os idosos acabam ficando de fora das novidades que aparecem”.