Professores e estudantes nos primeiros meses de retomada das aulas em Sapiranga

Sapiranga – Depois de dois anos instáveis, o ano letivo finalmente pôde ser retomado de maneira tradicional nas escolas. Em Sapiranga, professores e equipes diretivas realizam um trabalho intenso para ‘recuperar o tempo perdido’. Houve o ensino remoto para diminuir as perdas, mas mesmo assim aconteceram prejuízos para alunos e professores. Em 2021, as aulas presenciais voltaram, mas, em parte dos meses no formato híbrido e também com restrições como o distanciamento e uso de máscaras.

 

O ano de 2022 começou ainda com incertezas e adaptação. No entanto, com mais de 40 dias de aulas, as primeiras impressões já surgem, principalmente com relação à defasagem na alfabetização. “Estamos fazendo um levantamento para ver qual o melhor caminho para tomar, pra correr atrás desse prejuízo. Muitos não tinham espaço adequado para se dedicar às atividades, mesmo que a escola oferecesse ajuda”, comenta a diretora da Emef Oscar Felix da Silva, Fátima Becher. Hoje com 148 alunos de Jardim A ao 5º ano, na Oscar Felix é realizado um trabalho intensivo com o foco na alfabetização. “Os 3° anos, por exemplo, não tiveram o preparo ideal no 1º e 2°. Estamos focando em quem está com dificuldades”, comenta Fátima. As escolas municipais contam com o LAP- Laboratório de Aprendizagem, que faz o reforço no contraturno escolar e tem sido uma ferramenta importante.

Desafios vão da defasagem no aprendizado até a nova realidade dos professores
Para a secretária de Educação, Cláudia Kichler, o retorno às escolas é uma vitória. “A retomada nos inspira e nos motiva a seguir em frente, retomando o convívio na escola, as aprendizagens e as atividades com a comunidade. Sabemos que o contato de professores e alunos e a interação pedagógica é imprescindível para o desenvolvimento dos educandos, sendo assim, o espaço da escola é essencial. Continuamos atentos a todas as consequências da pandemia: a evasão escolar, as desigualdades que se tornaram muito mais evidentes e as defasagens de aprendizagem”, salienta.

Apoio extra para as escolas
Não só dentro das equipes de cada escola que o trabalho foi intensificado, a Secretaria de Educação se movimenta também para que o ritmo nas escolas volte ao que era, e até melhore em alguns aspectos. Um destes movimentos é realizado no NAEE – Núcleo de Atendimento Especializado ao Educando. “No ano passado, já notamos o aumento da demanda, com relação à fono, linguagem, o que afeta diretamente a aprendizagem, que é o nosso foco”, conta a coordenadora Carla Steffen.
Assim como os alunos, os professores também enfrentam um período desafiador e a Smed, buscando um trabalho intersetorial, disponibiliza através do NAEE uma psicóloga exclusivamente para atendimento do corpo docente, além da equipe de oito profissionais que atendem os alunos. “Muitos sofreram perdas e também houve a adaptação na rotina de trabalho que alguns levavam há décadas. Essa profissional faz a acolhida ao professor e temos recebido um retorno muito positivo de quem já passou por aqui “, revela Carla.

Alfabetização

Um do principais focos é a busca pela plena alfabetização em idades cruciais. “Eles tiveram um período difícil e voltaram com um pouco de defasagem e estamos com um olhar bem especial pra cada um deles, e eu estou dando um suporte para os professores e para os alunos, também fazendo um atendimento individualizado”, conta Cátia Koch, coordenadora pedagógica na Emef Oscar Felix da Silva.
O trabalho é minucioso, pois as dificuldades diferem entre os alunos, mas os primeiros resultados são otimistas. “Temos os que não estão alfabetizados ainda, mas vemos que eles que estão no caminho certo. Nosso papel é auxiliar o professor, fazer aulas dinâmicas, incentivar bastante a leitura, ter os projetos na escola de leitura, assim eles vão conseguir”, orienta Cátia.

 

Fátima Becher, diretora.

“Apesar de todos os problemas, foi um período para desacomodar, mudar a nossa forma de trabalho, usar outros espaços da escola, novas tecnologias, a gente perceber que a aprendizagem não ocorre somente dentro de sala, está em toda a escola, está em casa também, a família faz parte do processo”.

Cátia Koch, coordenadora pedagógica.

“Nós estamos com o nosso foco diretamente no aluno e na alfabetização, na pandemia eles tiveram um período difícil e voltaram com um pouco de defasagem. Estamos com um olhar bem especial pra cada um deles. Estou dando um suporte para os professores e para os alunos”.

Carla Steffen, coordenadora do NAEE.

“Temos um atendimento clínico. O coordenador identifica a necessidade, passa para os pais que trazem o encaminhamento. Analisamos qual o melhor profissional para atender esse aluno que não está aprendendo. Os professores podem solicitar o atendimento com a psicóloga diretamente aqui”.