Professora orienta pais e leva amor às crianças em Sapiranga

Clara Olívia com os pais Alana e Paula e a professora Raquele Foto: Melissa Costa

Sapiranga – Ela encontrou uma forma de driblar a saudade e manter vínculos com seus alunos da Educação Infantil. A pandemia do coronavírus afastou as crianças das escolas, mas Raquele dos Santos, da Chapeuzinho Vermelho, deu um jeitinho de diminuir um pouco desse afastamento.

 

Com cerca de dois meses sem aula, ela decidiu enfrentar um desafio, de visitar seus 26 alunos e, mais que distribuir atividades, Raquele passou a orientar pais e também amenizar a saudade. “Não aguentava ficar distante. Então, passei a contatar os pais pelo telefone. Muitos não estavam respondendo e, preocupada, decidi ir
em todas as casas”, contou ela, que na primeira visita levou um biscoito com a escrita “saudade” e, neste dia, tomou conhecimento das diversas realidades das famílias. “Esse encontro foi especial e fiquei emocionada com o retorno das crianças e dos pais. Muitos não respondiam porque não conseguiam (acesso restrito ou quase nada de internet) e outros por estarem muito atarefados e também com dificuldade de se adaptar à nova realidade”, conta ela.

 

Após essa primeira visita com todos os cuidados necessários, ela manteve o contato com as famílias por telefone. “Sabemos as dificuldades. Tenho um lema no qual acredito: educar com amor. Educar é ensinar lições, mas é também compartilhar sentimentos”.

 

Atividade na escola

Há poucos dias, a escola Chapeuzinho Vermelho também realizou uma atividade para matar a saudade das famílias, que foram até o local e receberam atividade e um café da manhã especial no carro. Mesmo com
a distância, foi uma manhã emocionante. “É triste quando chegamos na escola e nos deparamos com total silêncio. Conseguir revê-los, mesmo que com um pouco de distância, é incrível”, disse a professora Raquele, lembrando que neste período de pandemia, as pequenas ações causam grandes transformações.

“Uma professora incrível”

Uma das famílias atendidas é da pequena Clara Olívia Lehnen, de quatro anos. Os pais Alana Nunes e Paulo Roberto Lehnen contam, emocionados, sobre todo o carinho que receberam, assim como a ajuda para conseguir
se adaptar com Clara Olívia em casa devido à pandemia. “Também sou professora e vendo tudo que a Raquele faz por nós, me faz ter uma admiração enorme pela profissional que ela é. Como mãe, ela é suporte e nos oferece ajuda para saber como lidar com tudo isso; ela é um ser humano especial”, diz Alana.

Entre as atividades feitas em casa, Alana ressalta a criação de uma horta e atividades de pintura. “Precisei reorganizar toda nossa rotina. Estou me dividindo entre encaminhar conteúdo para os alunos, sendo que nós também tivemos que nos adaptar, e manter atividades e atenção com a nossa pequena”, completa.