Produção transportada pelo Sinos

Quando os colonos alemães chegaram no Passo de Campo Bom (Porto Blos), em 1826, sabiam da importância de se instalar próximo ao Rio dos Sinos. O curso fluvial sempre possuiu grande importância como meio de comunicação e locomoção, que ocorria, especialmente, durante o outono e o inverno, momento mais propício para a navegação. Sabedores da importância que o rio possuía, os primeiros moradores que ocuparam as margens do rio, logo construíram diversos ancoradouros e lanchões, utilizados para o translado entre Campo Bom, São Leopoldo e Porto Alegre.
E era através destes lanchões que os colonos escoavam suas produções. Naquele período somente com uma embarcação para transportar pessoas e mantimentos para os povoados que se expandiam pelo Passo. Aliás, estes povoados passaram a ajustar sua produção colonial às necessidades do mercado. As farinhas de mandioca e milho ganhavam uma aceitação comercial na Capital, transformando Campo Bom em um celeiro produtivo.
Logo, o atual bairro Porto Blos, se tornou um movimentado ponto de comércio. Carretas e carroças, puxadas por diversas juntas de bois ou mulas, traziam a abundante produção colonial que também passava pelo Porto Pesqueiro, em Sapiranga.
Medida governamental permitiu o surgimento do monopólio fluvial
Uma decisão, em 1849, conforme o professor e historiador, Guido Lang, contribuiu para o surgimento do primeiro monopólio fluvial junto ao Rio dos Sinos. Colonos de Campo Bom ficaram descontentes com a concessão dada pelo governo à Frederico Bier. A decisão fez com que ele concentrasse o transporte fluvial, sendo que os demais proprietários de lanchões (e depois as embarcações à vapor) fossem prejudicados com a medida.
A parte mais valiosa do lote colonial perdeu a expressão, pois era difícil competir com o novo beneficiário. Muito influente, nem mesmo um abaixo-assinado organizado pelos colonos fez Frederico Bier perder o benefício conquistado junto aos órgãos governamentais. 
Em razão desta medida, os lotes coloniais da porção sul de Campo Bom, que era a parte mais valiosa, perdera o valor. A medida tornava difícil a competição com o novo beneficiário. 
Lanchões e barcaças até 1965
O vai e vem de embarcações no Rio dos Sinos se manteve até meados de 1965. Neste período, há diversos relatos de veículos e mercadorias que acabavam no fundo do Sinos por descuido. As travessias da Barrinha para Campo Bom, com a ajuda de embarcações, permaneceu até 3 de outubro de 1968. De acordo com o professor, Guido Lang, foi neste período que ocorreu a inauguração da prometida ponte Walter Kauffmann.