Prefeituras registram escassez de remédios em suas farmácias

Em falta | Campo Bom começa a receber remédios nesta semana


Região – A falta de remédios nas farmácias das Prefeituras dos municípios vem sendo uma reclamação constante entre os moradores. Pensando nisso, a reportagem do Jornal Repercussão fez um levantamento junto às Secretarias de Saúde dos municípios, para verificar a real situação em cada um deles. 
Em Sapiranga, a escassez do Benzetacil (antibiótico produzido a partir da penicilina) no mercado, assim como no resto do país, afeta o abastecimento do medicamento na farmácia da Prefeitura. Além dele, outros remédios estão em falta, como o ácido valpróico (em comprimidos) e sulfato ferroso. “O Benzetacil não temos por falta de produção. Já o ácido valpróico deve chegar em até 10 dias e o sulfato chegará para nós nesta semana”, esclarece Marise Thum Franzen, coordenadora da Atenção Básica da Saúde de Sapiranga.

Em busca de soluções
Há também medicamentos cuja licitação para compra estão em andamento. Entre eles, estão a comipramina (em comprimidos) e o neosine (em gotas).  A Prefeitura também registra falta de cloranfenicol, o popular colírio, e diclofenaco. O período de licitação leva de 60 a 90 dias para ser concluído.
“Procuramos sempre organizar o abastecimento da farmácia para que as faltas não ocorram, porém, quando há urgência, fazemos uma compra direta do medicamento que está faltando. Também é feito um estudo social, quando um morador que precisa urgentemente do remédio não o encontra na farmácia. Caso ele não tenha condições de pagar pelo remédio, a Prefeitura realiza a compra direta”, explica Marise.   
Moradora de Sapiranga relata dificuldades para obter remédios
Tereza Abreu Barbosa, 72 anos, moradora do bairro Centenário, de Sapiranga, conta que chegou ao seu conhecimento o caso de um rapaz, morador do bairro São Luiz, que necessitava de cadeira de rodas e colchão piramidal. Por ser voluntária no Conselho Municipal de Assistência Social (Comas), a família do rapaz entrou em contato com Tereza. “Tive de conseguir os equipamentos com uma amiga, pois a Assistência me informou que quem deveria fornecer esse tipo de ajuda era a Saúde – que também não pôde ajudar. Fiquei sabendo que várias pessoas não conseguiam remédios na farmácia da Prefeitura”. A Assistência Social e a Saúde, por sua vez, informaram que não receberam solicitações de colchões piramidais.
Dona Tereza sofre de Parkinson e teve dificuldades para encontrar medicamentos com a Prefeitura. “Preciso de remédio para as tremedeiras. Como a farmácia da Prefeitura não tinha o remédio, tive que comprar. E quem não tem dinheiro para comprar?” Ela conta que, na segunda vez que procurou a farmácia da cidade, conseguiu os remédios pela Prefeitura.
A situação nas cidades de Araricá, Nova Hartz e Campo Bom
Em Araricá, segundo o diretor de Saúde João Nilmar Ribeiro da Silveira, há itens em falta, mas para os quais a Secretaria já tem licitações em andamento. “Já estamos com os pedidos feitos. Sempre procuramos ter todos os medicamentos da farmácia básica, para atendermos o município, como é nosso dever “, comenta o diretor. Em Campo Bom, o processo de licitação para abastecer a farmácia da Prefeitura está em fase de conclusão, segundo o secretário de Saúde, Jerri Moraes. “A expectativa é de que até dia 15 tudo esteja abastecido. Desses remédios, 20% precisaram ser comprados em caráter emergencial, sendo que destes apenas o atenolol, para hipertensão, tem uma procura maior”, explica. Em Nova Hartz, o secretário de Saúde, Sadi Stein, conta que a cidade tem conseguido suprir a maior parte da demanda da população. “Há problemas pontuais com o que vem do Estado, como dietas alimentares, mas a farmácia básica, que cabe ao município, atende às necessidades, com algumas dificuldades, mas conseguimos”, conta.