Preço médio da gasolina apresenta diminuição de até R$ 0,30 na região

Baixa de preço| Oscilação na tarifa segue tendência de mercado

Região – Em 1° de fevereiro deste ano, os preços do combustível sofreram reajuste em todo o país. No Rio Grande do Sul, o insumo ficou até R$ 0,40 mais caro, variando conforme a região do estado.
O aumento gerou protestos da população, como o que aconteceu em 8 de fevereiro, nas cidades de Novo Hamburgo e Campo Bom, organizado pelo grupo Na Mesma Moeda. Outra manifestação contra o aumento no preço médio da gasolina aconteceu por parte dos motoristas de caminhões – o movimento chegou a trancar rodovias por duas semanas entre o final de fevereiro e o início de março.
Dois meses depois, o que causou a diminuição no preço do insumo não foi nem o cidadão comum nem a categoria dos caminhoneiros: foi a lei de mercado. Buscando atrair o consumidor, postos da região diminuiram a tarifa – em alguns casos, a diferença é de até R$ 0,30.
Preços de acordo com a lei do mercado
Para Gilvan  Skonetzky, 48 anos, gerente dos postos Ipiranga Chafariz de Sapiranga e Campo Bom, a diminuição dos preços do combustível nos primeiros meses do ano já é uma constante. “Normalmente, nos meses de janeiro e fevereiro diminui o movimento, e aí, para atrair o consumidor, diminuímos o preço da gasolina”. No caso deste ano, como os preços aumentaram em todo o país a partir de fevereiro, o preço do combustível demorou um pouco mais para cair.
Segundo o gerente, a queda de preço da gasolina aditivada foi de R$ 0,30: antes vendida a R$ 3,34, hoje seu preço é R$ 3,04. A gasolina comum passou de R$ 3,29 para R$ 2,97 e o álcool, de R$ 2,59 para R$ 2,49. No caso do óleo diesel, houve diminuição de preço nos dois tipos. O diesel s500 passou de R$ 2,64 para R$ 2,59, enquanto o diesel s10, cujo litro antes era vendido a R$ 2,84 hoje custa R$ 2,79.
“Sabemos que para o consumidor, a baixa nos preços é uma vantagem. Para o cliente, a situação é boa. Mas, para o revendedor, posso dizer com quase certeza absoluta de que a situação não é boa”,  diz Gilvan, que também comenta sobre os valores gastos para manter um posto de gasolina. “Março é mês de dissídio, a energia elétrica subiu muito. Nós também temos que arcar com estes custos. Mas, para acompanhar os preços do mercado, é preciso fechar alguns meses no vermelho e absorver os custos. Não podemos trabalhar com a margem de preço que desejamos, mas essa é a lei do mercado atual”.
O gerente espera que nas próximas semanas, após o pagamento do dissídio – que ocorre por volta da segunda quinzena deste mês – o preço médio do combustível volte a subir. 
Absorvendo o custo das tarifas
Para absorver o custo de não repassar o valor que o governo cobra a mais pela gasolina, Gilvan comenta que a alternativa é reduzir a jornada de trabalho dos empregados. “Pagamos hora extra nos postos. Para poder arcar com o custo de vender a gasolina com preço menor, coloco 5 ou 6 funcionários para trabalhar no final de semana, quando deveria ter uns dois ou três funcionários a mais, mas essas horas extras custam caro. Acaba que o cliente tem de esperar mais para ser atendido, e o serviço que oferecemos não é o mais ágil. Portanto, agora a situação não está favorável para o serviço, mas sim para o preço do produto”, diz Gilvan.
Ricardo Neumann, adminstrador da Citral S/A, comenta que, por receberem o óleo diesel direto da refinaria, a empresa não foi afetada pela diminuição no preço do combustível, pois  o abastecimento obedece o valor estipulado pela refinaria – mas que ainda sentem os efeitos do aumento da tarifa. “Nós tivemos um aumento no preço dos insumos. Gastamos 340 mil litros de óleo diesel por mês, então isso tem um impacto, mexe na nossa estrutura tarifária”, comenta.