Preço em alta da carne exige equilíbrio para a ceia e churrascos de fim de ano

Apesar da alta dos últimos meses, venda tem sido boa no Mercado Wesz, em Sapiranga Foto:Melissa Costa

Região – Os últimos meses tem sido de preço salgado nas carnes. A ida ao açougue deve continuar assim pelos próximos meses, conforme prevê o economista Carlos Águedo Paiva. A ceia e os churrascos, habituais, principalmente dos gaúchos no final de ano, exigirão equilíbrio. Carlos explica os motivos do preço elevado das carnes. “O Brasil é o segundo maior exportador de carne bovina do mundo. Ele é apenas o segundo maior produtor, Estados Unidos ainda é o maior produtor, mas o consumo interno deles é muito grande, então ele não é um exportador importante. O Brasil é o maior exportador, então, o preço da carne internamente é muito influenciado pelo preço no mercado internacional, não apenas pelo preço do dólar, mas também pelo preço do valor do dólar no Brasil”. Neste ano, o real sofreu a desvalorização de 40%. “E isso tem um impacto. Quando a gente vende para fora, o produtor recebe mais, o frigorífico recebe mais em reais do que recebia antes. Em dólares não subiu, em 2019 é o mesmo que 2020. Mas o valor que o frigorífico recebe ao vender para o exterior aumentou porque houve a desvalorização do real em relação ao dólar. Ou seja, para eles vale a pena vender mais para fora. Como vale a pena vender para o mercado interno? Se vender por mais!”.

 

Expectativa de melhora para os próximos meses

A expectativa, segundo Carlos, é de que em 2021 o preço caia um pouco no Brasil. “Para todos os tipos de carne. A gente sabe que houve diminuição de criação de bezerros e, para que isso volte a melhorar, demora um pouco”, disse ele, sugerindo uma opção mais em conta para o final de ano. “Para o Natal, vamos de chester. É uma ótima opção e mais em conta”, sugere ele, sorridente.

 

Logo, os clientes se assustaram

O gerente do Mercado Wesz, Leandro Wesz, diz que os clientes chegaram a recuar um pouco na compra das carnes bovina e suína devido à alta no preço. Uma das alternativas para continuar incluindo a carne na refeição foi optar pela compra de aves. No entanto, com o passar das semanas, a compra da carne bovina, principalmente, seguiu seu ritmo, praticamente normal. “As carnes tiveram um aumento muito grande nas três primeiras semanas de novembro e, agora, nas últimas duas semanas, se mantiveram. Essa semana já tivemos um rebaixe no preço”, conta ele, lembrando que em novembro, quando o aumento chegou de forma mais salgada, os clientes se assustaram. “Mas no decorrer dos dias, acabaram se conformando, tanto que não caiu a venda de forma significativa. Até cortes especiais para churrasco, como maminha, picanha, vazio e costela tivemos pedimos e compramos caixarias (cortes prontos) para suprir a demanda”, completa.